A Avianca,, companhia aérea colombiana, anunciou neste sábado que desistiu de integrar sua malha à outra aérea colombiana, a Viva.
EDIÇÃO DO DIÁRIO com assessorias
Em nota, a empresa informou que embora tenha repetidamente procurado salvaguardar a existência da Viva e, assim, proteger os consumidores, o emprego e a conectividade regional, infelizmente as condições para a transação definidas pela Aerocivil (Resolução 873) colombiana não só não permitiriam que a Viva fosse uma companhia aérea financeira e operacionalmente viável, como poderiam até colocar em risco a estabilidade da Avianca e do setor.
Ainda, segundo o comunicado enviado ao DIÁRIO, a Avianca continuará sendo uma aliada dos colombianos e tomará medidas para ajudar na estabilidade do setor. Entre outras ações, buscará adicionar aeronaves para fortalecer a conectividade regional, oferecer opções de trabalho aos funcionários da Viva e estender até 31 de maio a proteção aos usuários afetados pela Viva e Ultra.
A empresa aérea aponta ainda as dificuldades encontradas para integrar a Viva a sua malha:
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As deficiências técnicas da Resolução 873 são inúmeras. Entre outras, destacam-se:
Pouca flexibilidade regulatória para oferecer certeza sobre as condições de reativação das operações da Viva.
Falta de adequação das condições à realidade atual da Viva e ao tempo decorrido entre o início do processo, em 8 de agosto de 2022, e a data de uma decisão final. As condições exigem que a Avianca assuma obrigações, rotas e compromissos com níveis de serviço e preços que não correspondam às capacidades restantes da Viva após dois meses de suspensão das operações.
Apesar da disposição da Avianca de devolver mais de 75% dos slots da Viva em El Dorado – e mais de 72% dos slots da Viva em slots “premium” – a autoridade exigiu a devolução de um número tão grande de slots que não permitiria que a Viva baseasse um único avião no principal aeroporto do país de forma eficiente. Isso tornaria a Viva economicamente inviável e contradiz explicitamente outras condicionalidades que exigem que a Viva continue fornecendo conectividade nas rotas históricas, em que era a única operadora, e para proteger os passageiros afetados pela interrupção das operações da Viva, que segundo números oficiais ultrapassam 500.000.
Apesar desse resultado infeliz – em que outras companhias aéreas do mercado tiveram papel prejudicial, melhorando sua posição competitiva no mercado ao atrasar as decisões da autoridade – a intenção da Avianca é continuar sendo aliada dos colombianos, por isso buscará aumentar seu número de aeronaves para dar melhor conectividade às regiões, ao mesmo tempo em que implementa mecanismos para oferecer opções de trabalho aos funcionários da Viva. Dada a sua intenção de fazer este importante investimento, a Avianca pede respeitosamente a aplicação do Regulamento Aeronáutico Colombiano (RAC) de forma clara e justa a todos os operadores igualmente.
“Infelizmente as condições desta resolução, que já é uma decisão final, impossibilitam o resgate da Viva, tornando-a não apenas inviável como companhia aérea, mas, se a integração ocorrer nas condições impostas pela Aerocivil, colocaria em risco a estabilidade da Avianca e a conectividade da Colômbia”, afirmou Adrian Neuhauser, Presidente e CEO da Avianca.
“Desde o início da aplicação da integração temos sido respeitosos com o processo. No entanto, é nossa responsabilidade proteger a Avianca e colocá-la a serviço do país como uma peça-chave de desenvolvimento, cuidando de nossos funcionários e nossos clientes e respondendo aos acionistas que acreditaram em nós investindo bilhões de dólares nos últimos anos,” continuou Adrian.
“Infelizmente, esse longo processo coloca em risco iminente de desaparecimento a Viva, companhia aérea que trouxe o modelo de baixo custo para o país, levou milhões de colombianos a voar a preços competitivos e deu emprego direto e indireto a milhares de famílias. Agora, o desafio para o país será avançar nos planos para proteger o setor e evitar que a Colômbia continue perdendo competitividade, desviando o fluxo de passageiros para países como Panamá, Chile e Peru”, concluiu Neuhauser.