domingo, agosto 17, 2025
InícioMatérias especiaisAzul fortalece caixa e mira saída da recuperação judicial...

Azul fortalece caixa e mira saída da recuperação judicial até 2026

Caixa sólido é a base da recuperação financeira da Azul, que reforça sua posição no mercado aéreo e projeta uma retomada estratégica nos próximos meses.

DA REDAÇÃO – com informações das agências de notícias

O CEO da Azul, John Rodgerson, anunciou na última quinta-feira (14) que a companhia aérea já dispõe de “dinheiro suficiente” em caixa para encerrar seu processo de recuperação judicial nos Estados Unidos — o chamado Chapter 11. Embora reforce sua solidez financeira, a empresa ainda considera buscar no mercado novos recursos, com condições mais vantajosas.

O anúncio ocorreu logo após a divulgação do balanço do segundo trimestre de 2025, no qual a companhia apresentou um lucro líquido de R$ 1,29 bilhão, revertendo o prejuízo de R$ 3,56 bilhões registrado no mesmo período de 2024. Apesar do resultado positivo no lucro líquido, o prejuízo ajustado ainda marcou R$ 475,8 milhões — o que representa uma redução de 29% em relação às perdas ajustadas do ano anterior, que somaram R$ 669,7 milhões.

Crescimento operacional e gestão de caixa

A Azul alcançou uma receita operacional de R$ 4,94 bilhões no trimestre — um recorde para o segundo trimestre da companhia — refletindo um crescimento de 18,4% frente ao mesmo período do ano anterior. Já o Ebitda ajustado, indicador que mede o desempenho operacional da empresa, chegou a R$ 1,14 bilhão, alta de 8,6% em relação ao segundo trimestre de 2024.

Para Rodgerson, a estratégia tem sido clara: otimizar rotas, controlar custos e fortalecer o caixa. “Nós ainda estamos crescendo, ainda estamos colocando mais aeronaves no ar, mas saímos de um lugar onde não estávamos ganhando dinheiro, o que não fazia sentido. Agora, estamos simplificando nossa malha para operar com mais eficiência”, afirmou o executivo.

Estratégias para aumento de liquidez e reforço no caixa

Desde o início de sua reestruturação, em maio de 2025, a Azul implementou uma série de medidas para ajustar sua malha aérea e cortar rotas de baixa rentabilidade. Foram encerradas operações em 14 cidades entre fevereiro e março, e está prevista a saída gradual de aproximadamente 50 rotas, como parte de uma reorganização operacional voltada à geração de caixa e à rentabilidade de longo prazo.

De acordo com Alexandre Malfitani, diretor financeiro da companhia, o segundo semestre tende a apresentar um desempenho superior, tanto em termos operacionais quanto de fluxo de caixa. “Os resultados do segundo semestre são sempre melhores do que os do primeiro. Tivemos também uma estabilidade no preço do combustível e o fortalecimento do real, o que também contribui positivamente”, disse.

A companhia também destacou a forte demanda por passagens e o crescimento das receitas auxiliares — como bagagens despachadas, assentos premium e serviços de bordo — como impulsionadores de sua recente performance financeira.

Cenário competitivo e histórico de Chapter 11

O movimento da Azul segue uma tendência recente entre companhias aéreas latino-americanas que enfrentaram turbulências financeiras durante e após a pandemia. A Gol, concorrente direta no Brasil, entrou com pedido de recuperação judicial nos EUA em janeiro de 2024, e concluiu o processo em junho de 2025. Já a Aeromexico adotou medida semelhante em 2020 e finalizou a reestruturação em março de 2022.

A expectativa da Azul é encerrar seu processo de Chapter 11 até o início de 2026, mantendo o foco em estratégias que protejam seu caixa e garantam a sustentabilidade de suas operações no médio e longo prazo.

 

 

 

Compartilhe essa matéria com quem você gosta!

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Enriqueça o Diário com o seu comentário!

Participe e leia opiniões de outros leitores.
Ao final de cada matéria, em comentários.

Matérias em destaque