A Agência de Desenvolvimento do Alto Tietê (ADRAT), presidida por Bianca Colepicolo, é responsável por estimular o desenvolvimento econômico da região, articulando interesses e objetivos comuns para a melhoria das cidades. O DIÁRIO entrevistou a presidente que, entre outros assuntos, reforçou a ideia de que sua agência trabalha com foco na expansão do turismo e conscientização na responsabilidade com o meio ambiente. Acompanhe:
DIÁRIO – Que tipo de ações a ADRAT promove para fortalecer o turismo na região?
BIANCA COLEPICOLO – A ADRAT é pioneira em fomentar o turismo na região. A principal ação é a sensibilização dos órgãos públicos e dos próprios empresários para o imenso potencial turístico do Alto Tietê. Para isso a ADRAT faz encontros mensais, cada vez em uma cidade diferente, reunindo os mais diversos interessados para envolver todos em ações como a participação em feiras e eventos do setor, a elaboração e divulgação de roteiros regionais, a comunicação com a imprensa, a sinalização regional e o suporte para que os empreendedores do turismo tenham sucesso nos seus negócios.
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DIÁRIO – Com o desenvolvimento da região inevitavelmente o ambiente é agredido. Como a instituição controla isso?
BIANCA COLEPICOLO – Não temos o poder de controlar, infelizmente. Mas, temos a chance de, como sociedade civil articulada com o poder público, buscar soluções para o desenvolvimento sustentável. Ultimamente temos abordado o tema das construções sustentáveis e dos royalties ambientais para estimular a preservação de áreas sem prejudicar as populações locais. Acreditamos no turismo como um grande aliado para aquecer a economia regional preservando o meio ambiente.
DIÁRIO – A senhora acompanha o desenrolar dos projetos e investimentos no sentido de despoluir o Rio Tietê? Se sim, apresente para nós os principais entraves que fazem com que o Rio Tietê continue sendo um dos rios mais poluídos do mundo.
BIANCA COLEPICOLO – Os entraves são históricos e pertinentes a todos os rios poluídos, não só o Tietê. As propriedades eram grandes e canalizavam seus esgotos para o rio. As casas do entorno faziam fossas. Com o adensamento populacional o solo encharca e o solo vira lodo. Logo a população cobra uma atitude dos gestores, que canalizam a sujeira para o córrego mais próximo e assim o rio principal, como o Tietê, recebe todo o esgoto e satura. Para solucionar, não adianta limpar o rio, tem que ladear a margem com coletores para que o esgoto que vem dos córregos seja levado diretamente para as estações de tratamento. Ou então quebrar a cidade inteira e refazer o sistema de coleta. Seria o ideal porque manteria os córregos limpos também. É simples, mas, na proporção de São Paulo, é praticamente impossível.
DIÁRIO – Quais ações sustentáveis são promovidas pela ADRAT?
BIANCA COLEPICOLO – Compreendemos a sustentabilidade nos seus quatro eixos, não só no meio-ambiente. Em todas as nossas câmaras temáticas tentamos aplicar viabilidade econômica, aceitação cultural, justiça social e proteção ambiental. Diretamente ao meio ambiente temos falado do uso da água como mudança de hábito e das novas técnicas de construção. Mas no geral, nenhuma atividade nossa sai da linha da sustentabilidade.
DIÁRIO – A senhora concorda com os critérios utilizados para considerar uma cidade como estância turística e ter os benefícios garantidos por lei estadual?
BIANCA COLEPICOLO – Não concordo, mas ainda bem que não sou só eu! Estes critérios estão em pauta e devem ser revistos em muito breve. A questão de ser estância tem que estar muito relacionada à preservação ambiental. Daí, estamos falando de desenvolvimento sustentável.
DIÁRIO – Quais são seus principais desafios à frente da ADRAT?
BIANCA COLEPICOLO – A ADRAT é uma OSCIP que existe desde 2008 e enfrentou muitos desafios de gestão e de política. Meu trabalho está muito focado em estruturá-la e deixá-la saudável para que possa ser um núcleo agregador de projetos. Para isso, além de todas as questões burocráticas, a articulação com o poder público e com as associações comerciais e CIESP são imprescindíveis. Como resultado, confesso que tenho um desejo paralelo, que é fomentar a real gestão participativo na região, planejando o desenvolvimento das cidades a médio e longo prazo.