A Boeing cometeu erros e escondeu informações sobre o 737 MAX, enquanto os organismos reguladores não conseguiram fazer uma supervisão adequada, levando a uma aeronave “essencialmente falha”, afirmou um comitê do Congresso dos Estados Unidos nesta sexta-feira (6).
AFP
O relatório preliminar do Comitê de Transporte da Câmara critica a gestão da Boeing e da Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) e pede mudanças.
“O fato de diversos erros técnicos de design e erros de certificação foram considerados ‘compatíveis’ pela FAA indica a necessidade crítica de reformas legislativas e regulatórias”, afirma o documento, classificando esta aeronave como “essencialmente falha e insegura”.
O presidente do comitê, o democrata Peter DeFazio, planeja criar uma legislação para lidar com essas falhas nas próximas semanas, de acordo com uma nota.
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Revelado dias antes de o acidente comm o MAX da Ethiopian Airlines completar uma no, este relatório cita uma lista de falhas, inclusive a gestão da Boeing, afastando as preocupações dos engenheiros e funcionários da FAA, ignorando os avisos de seus próprios especialistas.
A investigação do Congresso teve como objetivo “entender melhor como o sistema falhou tão horrivelmente”, disse o presidente da comissão, em comunicado.
O comitê pretende continuar sua investigação “para colocar em foco os múltiplos fatores que permitiram a entrada em serviço de um avião que não deveria, levando à morte trágica e evitável de 346 pessoas”.
Acidentes
Em março de 2019, um Boeing 737 da Ethiopian Airlines que voava da capital da Etiópia, Adis Abeba, para Nairobi, no Quênia, caiu matando todas as 157 pessoas a bordo. O voo ET 302 caiu minutos após decolar.
Em outubro de 2018, outro avião do mesmo modelo já havia sofrido um acidente: a aeronave da companhia aérea Lion Air, com 189 pessoas, caiu no mar de Java poucos minutos após levantar voo do aeroporto de Jacarta.
Bimotor de corredor único, o Boeing 737 MAX é uma versão do avião comercial mais vendido no mundo. Trata-se da quarta geração do 737 – é destinada a voos curtos e de médio alcance. O primeiro voo é de 2016, e a aeronave começou a ser entregue há três anos.
Desde os acidentes, as aeronaves deste modelo deixaram de voar na maior parte do mundo.