As brasileiras Kátyna Baía, 44, e Jeanne Paolini, 40, foram soltas na Alemanha nesta terça-feira (11) após passarem mais de um mês presas. A notícia repercutiu em uma reportagem do Fantástico, divulgada no último domingo (9).
Edição do DT com Folha, G1 e agências internacionais
Kátyna e Jeanne tiveram a identificação das malas trocadas e foram presas em Frankfurt sob a acusação de levar 40 kg de cocaína na bagagem. O pedido de soltura foi feito pelo Ministério Público alemão.
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Investigações da Polícia Federal apontaram que elas foram vítimas de uma quadrilha que trocava bagagens no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Um dia antes do embarque das brasileiras, o mesmo golpe havia sido aplicado em uma mala que iria para a França.
“O Ministério Público, como era nossa estratégia, pediu a soltura delas, devem sair a qualquer momento”, disse a advogada Chayane Kuss, que defende Kátyna e Jeanne na Alemanha. Ela disse, ainda, que o pedido de soltura feito pelo MP alemão e que a ordem de soltura encaminhada pelos promotores ao presídio são feitos inéditos no país.
As brasileiras foram presas em 5 de março. Nesta terça, Lorena Baía, irmã de Kátyna, e Valéria Paolini, mãe de Jeanne, seguem para a Alemanha, junto com a advogada de defesa no Brasil, Luna Provázio.
Ela afirmou à Folha de S.Paulo, na segunda (10), que a prioridade era uma reunião da família, para depois acompanhar o processo junto com o consulado brasileiro em Frankfurt, onde elas estavam presas, e a equipe de defesa local.
Para o delegado Bruno Gama, responsável na Polícia Federal de Goiás pela investigação que prendeu seis pessoas envolvidas no golpe em Guarulhos, o caso de Paris, executado da mesma forma, com a troca de etiquetas, reforça a inocência de Kátyna e Jeanne.
Para ele, as diferenças nas malas também são provas importantes. “As bagagens remetidas por elas aqui em Goiânia eram diferentes das apreendidas na Alemanha em cor e peso”.
Como foi
O sonho de viajar 20 dias pela Europa acabou em prisão por tráfico internacional de drogas em 5 de março desse ano, horas antes de desembarcar em Berlim, na capital da Alemanha, o primeiro país que as goianas Jeanne Paolline e Kátyna Baía queriam conhecer. Elas também planejavam conhecer a Bélgica e a República Tcheca.
Lorena, irmã de Kátyna, conta que elas planejaram a viagem com muita antecedência. O objetivo dos dias pela Europa era celebrar um novo momento da vida profissional dela.
A prisão do casal em Frankfurt, a última conexão que faria antes de Berlim, motivou uma operação da Polícia Federal para descobrir o que aconteceu com as malas que foram despachadas em Goiânia e nunca chegaram ao país europeu.
Em Frankfurt, a polícia apreendeu no bagageiro do avião duas malas com 20kg de cocaína cada, etiquetadas com os nomes de Jeanne e Kátyna. A prisão aconteceu na fila de embarque da escala, sem que elas pudessem ter visto as malas.
Troca
As imagens das câmeras de seguranças do Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, mostram o desembarque de duas malas, uma branca e uma preta.
Essas malas foram despachadas no aeroporto goiano, mas no meio do caminho, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, o maior do Brasil, as etiquetas foram trocadas por funcionários terceirizados que cuidavam das bagagens (fotos acima).
Segundo a Polícia Federal, nas escalas internacionais, o passageiro despacha a mala no aeroporto de origem e só pega de volta no destino final, ou seja, Jeanne e Kátyna nem viram a troca das bagagens e das etiquetas.