“Não podemos continuar a construir hotéis de cinco estrelas em comunidades de três estrelas”, disse Taleb Rifai, secretário-geral da OMT
EDIÇAO DO DIÁRIO com agências
Os dois primeiros dias da World Travel Market London foram muito movimentados, tanto de pessoas, como de propostas que podem decidir o futuro do turismo no mundo. A Cúpula dos Ministros da UNWTO (cerca de 60) e da WTM debateram estratégias para lidar com o turismo de massa, o que ameaça a razão de ser do turismo em destinos como Barcelona, Veneza e Amsterdã. Taleb Rifai, secretário-geral da OMT, disse que houve muitos protestos contra o turismo de massa em 2017, por meio de slogans como “os turistas vão para casa” e “os turistas são terroristas”. “Isto é um alerta; temos que tomar decisões agora”, advertiu Taleb.
“Não podemos continuar a construir hotéis de cinco estrelas em comunidades de três estrelas. “Trabalhos e caridade não são suficientes – precisamos diversificar as atividades dos visitantes, reduzir a sazonalidade e aumentar a conscientização sobre destinos menos ocupados”, completou Taleb durante a reunião da Cúpula.
Veja também as mais lidas do DT
Brexit
Outro assunto bastante discutido no World Travel Market London foi o impacto de um Brexit “sem acordo” no trade de viagens e turismo.
Membro do Parlamento Europeu e negociador do Brexit nessa instituição, Guy Verhofstadt disse aos dirigentes da indústria que um resultado “sem acordo” é o pior cenário possível para viagens e outros segmentos.
Apelidado de “estorvador do Brexit” por alguns veículos da mídia britânica, o ex-primeiro-ministro belga apresentou sua visão do que seriam os “Estados Unidos da Europa” – na linha dos Estados Unidos da América – no Almoço dos Líderes realizado no primeiro dia da WTM London.
Ele disse aos participantes que está analisando a ideia de os cidadãos do Reino Unido poderem pedir cidadania à União Europeia após o Brexit e concorda com a primeira-ministra britânica Theresa May que deve haver um período de transição para que não ocorram distúrbios na economia.
•Um Brexit “sem acordo” também seria o pior cenário possível para o orçamento de viagens dos consumidores do Reino Unido.
Caroline Bremner, Diretora de Viagens da Euromonitor International, previu que o crescimento do PIB em 2019 será de apenas 0,5% se não houver acordo sobre o Brexit. No entanto, caso se chegue a um acerto referente à transição, as taxas de crescimento ficarão entre 1,5% e 2%.