Os visitantes de Pompeia poderão novamente admirar os afrescos da suntuosa Vila dos Mistérios, inteiramente reaberta ao público na última sexta-feira (20), após dois anos de obras na cidade sepultada no sul da Itália.
“Estamos virando uma nova página em Pompeia”, disse o ministro italiano da Cultura, Dario Franceschini, referindo-se ao período de abandono deste Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
Construída no século 2 a.C., a elegante Vila dos Mistérios é uma das 100 casas encontradas na área do Vesúvio e certamente uma das mais bem preservadas. Seu nome vem do grande afresco do triclínio (sala de estar), pintado por volta de 70-60 a.C., representando um rito de iniciação misterioso dionisíaco das mulheres no casamento.
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A restauração dos mosaicos necessitou de três meses de fechamento completo da Vila, que também possui belas salas de recepção e um lagar (local onde se pisam uvas para fazer vinho), revelando a riqueza do então proprietário.
Um modelo de um dos corpos encontrados nas cinzas da Vila também está exposto.
Crise e má gestão
A restauração foi iniciada em maio de 2013 e deveria sanar principalmente os danos causados pelos métodos de conservação a cera aplicados na década de 1930 nos afrescos.
Três outros projetos semelhantes foram concluídos no ano passado, e outros 13 estão em andamento, segundo Franceschini, que comemorou os 200 mil visitantes a mais registrados em 2014.
O sítio arqueológico de Pompeia, localizado a poucos quilômetros de Nápoles e mundialmente famoso, é sinônimo para os italianos de décadas de má gestão de muitas joias do patrimônio, bem como danos causados por cortes nos orçamentos da cultura após a crise de 2009.
A Unesco lançou o alerta em 2013, após as falhas do Estado italiano e os danos causados pela luz em Pompeia. Sepultada sob as cinzas da erupção do Vesúvio em 24 de agosto de 79, a cidade constitui o conjunto mais bem conservado da época romana. (France Presse)