A conexão com o turismo surgiu ainda na infância, influenciada pelas memórias das viagens de sua mãe, Dona Flora, que gerenciava lojas de artesanato em Propriá. Desde então, Cassandra se dedicou a compreender e divulgar o potencial turístico da região. Nesta conversa, ela fala sobre os desafios e transformações no turismo nordestino, o impacto das redes sociais em sua carreira e as descobertas que ainda a encantam no trabalho como jornalista de turismo. Uma história de paixão, dedicação e um olhar sempre curioso sobre o mundo. Cassandra integra a série do DIÁRIO, “Mulheres que Escrevem o Turismo no Brasil”, confira:
Por que você escolheu o jornalismo? Sempre foi um sonho?
Na realidade escolheram por mim, rs…, tenho uma amiga de infância, Silvia Guimarães, no dia que fui fazer a inscrição para o vestibular, ela olhou para mim e disse: “Amiga, você é da comunicação, é do mundo”, foi a deixa. Fiz a minha inscrição para comunicação. Bem, aí passei na faculdade, consegui um estágio em uma associação estadual dos servidores da Cohidro (Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe) que hoje é a Coderse. Eu sempre fui curiosa e nunca tive a pretensão de fazer o tal do jornalismo que muda o mundo, mas de alguma forma tento fazer a diferença.
Sua família teve alguma influência em suas escolhas profissionais? Em relação à comunicação… ao turismo…? Como é essa relação de sua infância e criação com a carreira?
Não, mas indiretamente sim. A minha maior referência é da minha mãe, Florací ou Dona Flora, uma supermãe, guerreira, visionária que infelizmente em meu primeiro período de comunicação partiu para nunca mais voltar. Mas recordo de suas viagens para fazer compras e vendas para as suas lojas de artesanato ‘A Charmosinha’ em Propriá\SE, que recebia centenas de turistas de vários cantos do país todos os meses, e eu ainda pequena tendo contato com todas aquelas pessoas e suas histórias, achava o máximo.
E como nasceu sua paixão pelo turismo?
Da curiosidade. Vim do interior – sou de Propriá na divisa entre Sergipe e Alagoas e a minha primeira curiosidade era conhecer bem o meu estado, e assim o fiz. Cursei o curso no Senac de Guia de Turismo em Sergipe, pois acredito que na vida a gente quando não sabe de um determinado assunto precisa estudar ou pesquisar para poder falar com prioridade. Unir os ensinamentos do curso de guia de turismo e com a graduação em jornalismo e comecei a escrever sobre roteiros. Mas demorei colocar isso em prática. Apenas quando entrei para trabalhar no estado é que meus olhos se voltaram na interface entre turismo e jornalismo.
Depois de anos de experiência, o que ainda te encanta no jornalismo de turismo?
As descobertas, poder contar as histórias das pessoas, dos lugares e principalmente explorar o inimaginável levando esperança.
Qual a importância da Febtur para o jornalismo de turismo atual?
É uma associação que quer dar um norte sobre roteiros, principalmente aos navegantes.
E nítido ainda, a falta de conteúdos com conhecimento técnico da dinâmica da oferta turística por parte de muitos que estão aí, e por conseguinte, na maioria das vezes passa uma falsa impressão do destino e causa uma provável frustração do visitante. A Febtur possui jornalistas e comunicadores de turismo comprometidos, direcionados e experientes, que colabora com a promoção dos destinos.
O que você acha que mudou no turismo do Nordeste desde quando você passou a atuar profissionalmente no setor?
A iniciativa privada começou a investir. Grupos nacionais e internacionais hoteleiros notaram a potencialidade do nordeste. Outro ponto foi a abertura de novas rotas pelo interior nordestino bem estruturadas e estados, como Alagoas e a Paraíba que entraram na mira dos viajantes. Mas ainda precisamos avançar muito mais.
Você é bem ativa nas redes sociais e tem bastante influência. Você acha imprescindível esses canais para trabalhar com a indústria do turismo
Existe uma frase que diz: “Quem não é visto não é lembrado”, então! Eu sei que a minha coluna é uma referência, ok! Mas preciso que os outros saibam e tenham conhecimento, também. A rede social é o caminho, lá faço minhas resenhas e quando é para falar sério, a gente fala, passo, compartilho minhas experiências de viagens de maneira assertiva e direta. Faço isso para fortalecer o meu produto, valorizo os destinos e me aproximo dos diversos públicos. (Entrevista concedida à jornalista Clara Silva, do DIÁRIO DO TURISMO)