por MOACIR PEREIRA*
A Ilha de Cozumel, no litoral mexicano, tem apenas 28 km de comprimento e 10 km de largura. Seus 80 mil habitantes preservam até hoje as belezas naturais e a cultura maia. Se não fossem os cruzeiros marítimos estariam até hoje rodeados de miseráveis à procura de empregos e renda. Por ali passam, em média, de 5 a 8 navios de cruzeiros por dia, movimentando mais de um milhão de turistas e uma infinidade de atividades comerciais e serviços.
Miami desponta na Flórida como o maior porto de cruzeiros marítimos do mundo. Em seus modernos, práticos e confortáveis terminais de cruzeiros, que mais parecem aeroportos suíços, passam 4,5 milhões de passageiros. Pelo porto de Everglades, em Fort Lauderdale, ao lado, passam mais de quatro milhões de cruzeiristas por ano. E se na Flórida ou nos portos de cruzeiros dos Estados Unidos alguém criticar esta moderna atividade de lazer, os americanos mandam o botocudo para a Sibéria.
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Os navios de cruzeiros se multiplicam pelo mundo. Governos constroem, modernizam e expandem portos e criam incentivos na América, Europa, Ásia e Oceania. Empresas fazem melhorias e agilizam embarques e desembarques. O setor de cruzeiros movimentou 21 milhões de passageiros, gerando 915 mil empregos em 2014.
E se no Brasil houve redução no número de navios de cruzeiros este ano, em Santa Catarina a queda foi ainda maior. Por falta de estrutura e total ausência de uma política no setor. Em Florianópolis, então, fazem muitas reuniões e grupos de trabalho. Na prática, vê-se mais de 200 roteiros de navios saindo de Santos e Rio, indo e vindo de Buenos Aires, sem fazer escalas na Ilha de Santa Catarina.
Novos esforços são agora prometidos, integrando os três níveis de poder. Planos não sobram. Estudos, também. O que falta mesmo é vontade política. Viajam e viajam. Mas continuam cegos, surdos e de costas para o mar.
* Moacir Pereira é jornalista e escreve para o Diário Catarinense – Blog Moacir Pereira
