Redação do DIÁRIO
Em entrevista veiculada na terça-feira (30) desta semana no DIÁRIO DO TURISMO, Edisson Passafaro, da empresa Design Universal – Arquitetura Acessível e Sustentável, explicou as principais demandas relacionadas à acessibilidade na hotelaria e a obrigatoriedade nos empreendimentos de cotas para apartamentos determinados pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – (Veja Entrevista). Em contraponto, entrevistamos o vice-presidente de marketing e distribuição do FOHB, Cesar Nunes, que afirma serem excessivas as cotas obrigatórias de apartamentos acessíveis nos empreendimentos hoteleiros, além de falar sobre o Workshop da entidade, realizado recentemente. Confira:
DIÁRIO – César, quais foram os principais pontos e conclusões do Workshop do Fohb realizado no último dia 26 de agosto? O senhor poderia fazer algumas considerações?
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CESAR NUNES – O Workshop foi bem positivo. Foram cerca de 100 pessoas. Veio um público com poder de decisão para eventos, que era o nosso principal foco e o Workshop foi muito bem avaliado, tanto pela disponibilidade, a quantidade de cadeias hoteleira presentes, quanto pelo conteúdo, já que fizemos uma palestra muito boa com a Martha Gabriel. Estamos até pensando já em como repetir o evento no ano que vem para um público maior em São Paulo e conseguir essa mesma satisfação.
DIÁRIO – Em entrevista ao DIÁRIO, Edison Passafaro, gestor de projetos da empresa Design Universal Arquitetura Acessível e Sustentável, falou que os hoteleiro perdem receita quando não projetam seus hotéis com as normas de acessibilidade propostas pela ABNT. O sr. concorda?
CESAR NUNES – Não, porque os hotéis já têm uma capacidade e são obrigados, por lei – na lei antiga – a ter 5% do inventário adaptado. Desses 5%, nem um décimo é ocupado. Temos muito mais disponibilidade do que uso efetivo dessas unidades adaptadas. Foi feito todo um levantamento quando começou a surgir essa nova lei que aumenta essa obrigatoriedade para 10% e hoje, os 5% já sobram.
DIÁRIO – César, o que o FOHB tem proposto para avançar nesse assunto de acessibilidade em seus hotéis associados?
CESAR NUNES – A cota dos 10% é excessiva, mas já virou lei. O que temos conversado com o próprio governo, é para definir melhor esse desenho universal, porque a lei já está aprovada e não tem o que ser feito além de seguir. Sobre o desenho universal, queremos que se tenha diversos tipos de apartamentos. Não adianta ter só um apartamento para quem tem dificuldade de mobilidade, se não tem adaptação para quem tem dificuldade de visão. Tem diversos tipos de restrições que têm que ser revistas nessa quantidade de apartamentos.