Cidade mais inteligente do mundo, Curitiba quer mais inovação em 2024

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Em entrevista ao DIÁRIO, a presidente do Instituto Municipal de Turismo de Curitiba destaca as medidas que levaram ao prêmio e os planos para este ano

por Bruno Almeida – especial para o DIÁRIO*


Premiada como a cidade mais inteligente do mundo pelo World Smart City Awards, Curitiba (PR) aposta em eventos de tecnologia, grandes shows internacionais, na consolidação da infraestrutura de inovação espalhada pela cidade, e em uma maior integração entre as cidades da Região Metropolitana para fortalecer ainda mais a cadeia do turismo em 2024. Para a presidente do Instituto Municipal de Turismo (IMT) de Curitiba, Tatiana Turra, aspectos como a conectividade de serviços oferecidos aos turistas e a integração da iniciativa privada ao planejamento e execução serão os fatores que garantirão resultados ainda melhores no setor neste ano.

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Curitiba Inteligente
A presidente do Instituto Municipal do Turismo, Tatiana Turra, abre a 37ª Reunião do Comtur. (Crédito: Pedro Ribas/SMCS)

Cadência no trabalho

“Para nós, [o prêmio] é um marco, um grande reconhecimento da gestão e de toda trajetória da cidade. Nos últimos anos fortalecemos muito a questão da inovação e da sustentabilidade”, disse Tatiana ao Diário do Turismo. Com sete anos à frente do IMT, órgão que promove o desenvolvimento sustentável do setor turístico, com ações de fomento, promoção e divulgação da capital paranaense, ela explica que o setor do turismo da administração pública de Curitiba conseguiu estabelecer processos e uma boa cadência no trabalho de suas equipes, o que permite um melhor planejamento. “A organização das ações do Instituto dá uma tranquilidade [para o setor de turismo] dentro e fora da prefeitura, além de uma eficiência maior”, afirma.

A governança de Curitiba é um dos fatores que a presidente do IMT enxerga como responsáveis por atender os requisitos que alcançaram o primeiro lugar no World Smart City Awards, prêmio concedido pela Fira Barcelona, na Espanha. Tendência crescente na indústria do turismo, a estratégia dos Destinos Turísticos Inteligentes (DTIs) dá mais visibilidade aos atrativos turísticos, por meio da implantação de tecnologias que tornam os destinos mais acessíveis e sustentáveis. No Brasil, os municípios precisam concentrar esforços em nove pilares para conseguirem a chancela: governança, inovação, tecnologia, sustentabilidade, acessibilidade, promoção e marketing, segurança, mobilidade e transporte e criatividade. As cidades que se dispõem a implantar estas diretrizes adquirem o selo DTI após cumprirem 80% dos requisitos do plano de transformação.

Tatiana diz que “em Curitiba esses critérios já estão bem avançados e permitem pensarmos mais estrategicamente”. Com uma infraestrutura urbana voltada para a conectividade e a inovação, a capital paranaense conquistou o DTI por se dedicar a uma série de iniciativas como o Vale do Pinhão, um ecossistema de inovação que promove ações de Cidade Inteligente e impactos positivos no empreendedorismo e no desenvolvimento sustentável desde 2017; a Pirâmide Solar, a primeira usina fotovoltaica instalada sobre um aterro desativado da América Latina; e a Cidade na palma da mão, aplicativos que levam serviços e informações do município para os curitibanos em celulares e tablets.

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Turistas aproveitam a facilidade para se locomover em Curitiba (Crédito:: Daniel Castellano / SMCS)

Mobilidade

No âmbito do turismo, Tatiana destaca o conforto para se locomover por Curitiba como um dos principais pontos para a conquista do DTI. As ações incluem o fortalecimento de iniciativas como a Linha Turismo, um ônibus especial com dois andares que passa por 26 pontos de atração da cidade; o sistema de 500 bicicletas compartilhadas que estão à disposição dos curitibanos e de turistas para locação por meio de aplicativo; e as medidas de inclusão para pessoas com deficiência, como maquetes táteis e com guias de áudio para pessoas com deficiência visual poderem transitar pelo município com mais facilidade.

Essas ações que abrangem a cidade como um todo vêm mudando a relação da cidade com o turismo. “Estamos conseguimos ter uma ocupação da rede hoteleira perene, tanto nos finais de semana, quanto ao longo da semana. E também em meses em que Curitiba não era tradicionalmente procurada, como julho, uma época de férias”. Em 2023, a cidade ainda foi incluída no roteiro de grandes shows de artistas internacionais, como Paul McCartney, Coldplay, Foo Fighters, Red Hot Chili Peppers, entre outros. Tatiana comemorou as apresentações e espera manter Curitiba como destino de artistas que atraem não só os paranaenses, mas também pessoas de outros estados brasileiros.

Resultados e planos

Atualmente, Curitiba já se posiciona como um dos destinos turísticos mais procurados no Brasil. Segundo a Pesquisa de Demanda Turística, realizada pelo IMT, 7,4 milhões de turistas estiveram na cidade em 2022, último ano com um levantamento disponível. A cidade também aparece no top 10 das mais buscadas pelos brasileiros no Google.

Para 2024, a presidente do IMT celebra a ampliação de voos internacionais de países como Chile e Uruguai para Curitiba e a realização de diversos eventos das áreas de inovação e técnico-cientifica, como propulsores da cadeia de turismo em Curitiba já no primeiro trimestre. A Feira Internacional de Destinos Inteligentes (Fidi) 2024, por exemplo, acontece entre 17 e 19 de março e deve atrair mais de mil participantes em sua primeira edição presencial na cidade. Ainda em março, comemorações como o aniversário da capital paranaense (29) e A Expo Turismo Paraná, que acontece em 7 e 8, também movimentam o setor.

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Inauguração da 50ª estação do sistema de aluguel de bicicletas compartilhadas em Curitiba no Dia Nacional do Ciclista. Curitiba, 19/08/2023. (Crédito: Ricardo Marajó/SMCS)

Integrar às conversas

Entre os desafios do IMT para este ano, estão a manutenção do posicionamento estratégico de Curitiba como uma cidade com atrativos turísticos, melhorar os aspectos de inovação e conectividade e aproximar ainda mais partes interessadas, para que todos possam “trabalhar no mesmo barco”. Na visão de Tatiana, há um potencial grande em integrar às conversas do setor a Região Metropolitana, que abrange um raio de 100 quilômetros e contém parques, vinícolas, opções de aventura, entre outros.

“Queremos uma integração maior com o setor privado, que já é boa. Também temos muito orgulho de poder debater bastante com o Conselho Municipal de Turismo [as ações de fomento ao setor]. Tudo isso nos aproxima e dá uma melhor experiência para o turista”, conclui Tatiana.


*Bruno Almeida é jornalista

 

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