A CLIA Global (Cruise Lines International Association), informou nesta segunda-feira (24) seus resultados do Relatório de Práticas e Tecnologias Ambientais da indústria Global de Cruzeiros de 2022. O documento mostra o progresso para alcançar a meta de zerar mundialmente as emissões de carbono até 2050.
O relatório reforça a atuação pioneira e inovadora da indústria de cruzeiros na adoção de tecnologias ambientais. De fato, mais de 15% dos navios a serem lançados nos próximos cinco anos estarão equipados para utilizar células de combustível ou baterias, e 85% dos navios da CLIA que entrarão em operação até 2028 serão capazes de se conectar à eletricidade nos portos, permitindo que os motores sejam desligados, reduzindo as emissões.
“Inovação e engenharia estão no centro da visão do nosso setor rumo ao carbono zero. A indústria de cruzeiros continua liderando este caminho, investindo bilhões para incorporar novas tecnologias, acelerar o desenvolvimento de combustíveis sustentáveis”, disse a presidente e CEO da CLIA, Kelly Craighead.
Apesar dos progressos alcançados, o relatório deixa claro que a transição para combustíveis sustentáveis continua sendo uma etapa essencial para alcançar as metas de descarbonização da indústria e ressalta a necessidade urgente de apoio dos governos em dados e pesquisas para acelerar o desenvolvimento desses combustíveis, para que sejam seguros, viáveis e disponíveis para uso em escala.
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A empresa informa que a CLIA é uma organização de apoio à Getting to Zero Coalition para descarbonização dos navios. “Este apoio se soma à liderança das companhias marítimas associadas à entidade e suas parcerias com várias outras coalizões e organizações que estão trabalhando para encontrar soluções de zerar as emissões de carbono”, informa.
“A indústria de cruzeiros sempre esteve e continuará na vanguarda da inovação quando se trata de tecnologias ambientais e marítimas”, disse o presidente da CLIA Global, Pierfrancesco Vago. “Para a próxima fase da nossa jornada rumo ao net zero, precisamos de um apoio claro de governos e formuladores de políticas, para garantir que a infraestrutura certa seja criada também em terra, e para incentivar o investimento e a inovação que serão necessários para o desenvolvimento de combustíveis sustentáveis em escala”, destacou o presidente.
Confira os destaques do relatório:
• Capacidade de energia nos portos – as companhias continuam investindo significativamente para que os navios de cruzeiro possam se conectar à eletricidade nos portos, permitindo que os motores sejam desligados.
* 40% da frota global (aumento de 20% ano a ano) está equipada para operar com eletricidade nos apenas 29 portos em todo o mundo (menos de 2% dos portos mundiais) onde essa capacidade é fornecida em pelo menos um cais no porto.
* 98% dos novos navios pedidos ou já em construção (entre agora e 2028) estão comprometidos com a instalação de sistemas de eletricidade para se conectarem nos portos.
• Gás Natural Liquefeito (GNL) – O relatório de 2022 descobriu que 61% dos navios em construção dependerão de GNL para propulsão primária. O uso de GNL resulta em 95% a 100% menos emissões de material particulado (MP), praticamente zero emissões de enxofre e uma redução de 85% nas emissões de nitrogênio. Como combustível de transição, o GNL , além de trazer benefícios para o momento atual, também permite que navios prontos para ele se adaptem a uma futura geração de combustíveis sustentáveis.
• Sistemas de limpeza de gases de escape (EGCS) – Mais de 79% da frota global utiliza EGCS para atender e até mesmo ir além dos requisitos ligados às emissões, representando um aumento de 7% em relação a 2021. Além disso, 88% das novas embarcações que não utilizarão GNL terão EGCS instalado, em linha com o já alto nível histórico de investimentos.
• Sistemas avançados de tratamento de águas residuais – 100% dos navios encomendados são equipados com avançados sistemas de tratamento de águas residuais e, atualmente, 78% da frota de cruzeiros marítimos CLIA é atendida por esses mesmos sistemas (um aumento de 9% em relação a 2021)
O compromisso da indústria de cruzeiros de alcançar o objetivo carbono zero até 2050, anunciado no início deste ano, segue em conformidade com a meta estabelecida pelo Acordo de Paris, e é apoiado pelo objetivo intermediário do setor de reduzir o taxa de carbono em 40% em toda a frota global até 2030, em comparação com 2008, o que está em concordância com a Organização Marítima Internacional (IMO) para redução de GEE (Gases de Efeito Estufa).
Observações:
*Os combustíveis sustentáveis podem incluir biocombustíveis e sintéticos, metanol, amônia e hidrogênio.