O setor de turismo tem sido um dos mais afetados pela pandemia do novo coronavírus. De acordo com estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), somente na primeira quinzena de março, o volume de receitas do setor encolheu 16,7% em relação ao mesmo período do ano passado – uma perda equivalente a R$ 2,2 bilhões.
EDIÇÃO DO DIÁRIO com agências
O estudo da CNC cruzou informações do Índice de Atividade do Turismo do IBGE com dados relativos ao fluxo de passageiros em voos domésticos e internacionais, levando-se em conta ainda a elasticidade entre a demanda por voos nos países mais infectados pela doença e o número de casos registrados de COVID-19.
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As restrições impostas pelo protocolo de ação em nível global para frear o ritmo de expansão do novo vírus e o fechamento das fronteiras a estrangeiros em diversos países atingiram em cheio o deslocamento de passageiros no Brasil e no mundo. A despeito de medidas econômicas emergenciais adotadas mundo afora para mitigar os efeitos da pandemia, tanto no Brasil quanto no exterior, a queda no fluxo de passageiros tende a impor severas perdas ao turismo.
No Brasil não há razão para se esperar comportamento diferente na demanda por transporte aéreo de passageiros. Em virtude da dimensão do território brasileiro e da complexa logística rodoviária, o fluxo de passageiros nacionais e estrangeiros no transporte aéreo guarda forte correlação (81%) com a geração real de receitas no segmento turístico nacional.
Nas regiões mais afetadas pela disseminação de novos casos, a queda no nível de atividade do transporte aéreo foi significativa. Para cada aumento diário de 10% no número de novos casos, houve uma retração de 3,5% no fluxo de passageiros em relação ao dia anterior.
Um dos mais preocupantes desdobramentos da epidemia é o impacto que a paralisação das atividades econômicas provocará sobre a taxa de desemprego – uma herança negativa do período recessivo.
Historicamente, para cada queda de 10% no volume de receitas do turismo, o nível de emprego no setor é impactado em 2%, ou seja, os prejuízos já sofridos pelo setor têm potencial casos de reduzir o nível de ocupação em 115,6 mil postos formais.