“É por isso que uma viagem internacional muitas vezes é mais barata do que um voo doméstico, considerando-se distâncias similares”, diz o presidente da Abear Eduardo Sanovicz
POR REDAÇÃO
De acordo com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), o aumento no preço do querosene de aviação (QAV) pode frear a retomada do setor aéreo no país.
A entidade aponta que, como mostra a ANAC, a alta no preço do combustível no segundo trimestre deste ano foi de 91,7% se comparado ao mesmo período de 2020.
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Um levantamento da ABEAR sobre o QAV revelou que o preço médio do combustível na bomba brasileira, no primeiro semestre de 2021, foi 24,6% maior do que nos EUA.
Segundo a entidade, o Brasil é o único país do mundo que tem um tributo regional sobre o QAV, o ICMS. As companhias estrangeiras, por sua vez, não pagam esse imposto para abastecer em território nacional.
“É por isso que uma viagem internacional muitas vezes é mais barata do que um voo doméstico, considerando-se distâncias similares”, diz o presidente da ABEAR Eduardo Sanovicz.
Eduardo afirma que um dos pilares da entidade é o alinhamento das regras brasileiras às melhores práticas internacionais para que haja condições de igualdade na competição global.
Os sucessivos recordes de cotação do dólar em relação ao real é outra preocupação que tira o sono do setor e que, conforme projeta a ABEAR, “pode ameaçar uma retomada mais consistente da aviação comercial brasileira”.
A alta do dólar, afirma a entidade, está pressionando os preços das passagens aéreas.
Segundo a ANAC, a tarifa média aérea doméstica real do segundo trimestre de 2021 registrou queda de 19,98% em comparação com o mesmo trimestre de 2019, período prévio aos impactos da pandemia da Covid-19.
O preço médio do bilhete foi de R$ 388,95 para R$ 486,10. No ano passado, a tarifa aérea doméstica se situou em R$ 376,29, o menor preço em 20 anos.
Apesar desse cenário desafiador, a entidade informa que houve crescimento da oferta de voos domésticos nos últimos cinco meses.