por Rodrigo Luis*
Em 1979, Shenzhen era apenas uma pacata vila com cerca de 30 mil habitantes que ficava em toda a fronteira de Hong Kong. Hoje, a cidade da província de Guangdong tem uma população com mais de 11 milhões de pessoas impulsionada por trabalhadores que fazem de tudo o que você possa imaginar. Moro aqui desde 2009 e a cada dia me surpreendo com esta cidade que foi designada como a primeira “Zona Econômica Especial da China”. Tudo porque o governo chinês transformou Shenzhen em um experimento para aumentar o capitalismo.
Não à toa a antiga pacata vila hoje é a cidade mais rica da China, com preços imobiliários que em 2016 superaram os da capital Pequim e de Xangai. Um turista que chega à Shenzhen pela primeira vez se surpreende ao não encontrar fábricas cinzas, mas belíssimos museus, grandes mercados tecnológicos, cervejarias e bares elegantes.
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Não sou descendente de orientais, mas decidi abrir minha empresa, a Winpoint Technology, em Shenzhen. No ano de 2002 iniciei minha carreira profissional como comprador internacional
Não sou descendente de orientais, mas decidi abrir minha empresa, a Winpoint Technology, em Shenzhen. No ano de 2002 iniciei minha carreira profissional como comprador internacional e foi quando tive o primeiro contato com o mercado chinês. Em 2004 visitei a China pela primeira vez e fiquei fascinado. Então decidi que para obter sucesso no meu trabalho precisaria viver mais de perto essa realidade e mudei para China em definitivo em 2009. Antes disso morava no Brasil e viajava para a China de quatro a seis vezes por ano.
É maravilhoso passear pelos quiosques sem fim dos shoppings de Huaqiangbei, onde os empresários de tecnologia, hackers e fabricantes se reúnem. Lá você encontra todos os componentes eletrônicos e aparelhos imagináveis, apresentados como muitas especiarias em um bazar.
É importante destacar que o governo chinês está usando Shenzhen como uma vitrine para sua mudança de “Made in China” para “Designed in China” – um programa para colocar a China como um lugar que pode inventar, não apenas copiar e produzir em massa. Também para isto, foi inaugurado em outubro do ano passado o Design Society, um centro cultural de uso misto que hospeda exposições. Além disso serão abertas duas instituições independentes – uma dedicada à arte, a outra ao urbanismo – dentro de um espaço unificado.
Aldeias na Cidade
Existe também a Cidade Velha de Nantou, uma das centenas de “chengzhongcun” que estão entre as características mais distintivas de Shenzhen. São literalmente “aldeias na cidade”, bairros densos que são o que resta das comunidades de pesca e comunidades agrícolas originais que costumavam espalhar o campo. Eles são caracterizados pelo comércio eclético de rua, em becos estreitos e edifícios de baixa elevação – estruturas construídas tão próximas que os vizinhos podem apertar as mãos pelas janelas. À noite, vendedores ambulantes vendem comida de rua a preços populares. O macarrão de cordeiro é um dos pratos e é uma delícia. O governo vê o “chengzhongcun” como uma praga, mas eles são defendidos por urbanistas.
A cidade que tem espaço verde, folhagem tropical crescendo em edifícios e relativamente pouca poluição do ar abrigou recentemente o Shenzhen Fashion Week. Como Shenzhen possui praias (reais e feitas pelo homem), uma das apresentadoras do evento de moda disse que estava se sentindo em Miami.
Vale lembrar que embora o governo tenha projetado Shenzhen, a cidade fica a quase 2.200km de distância da capital Pequim. Uma palavra que ouço muito por aqui é que esta distância torna a cidade mais descontraída. Não perca tempo e tenha experiências inesquecíveis em Shenzhen e em outras cidades da China. A Winpoint Technology oferece todo suporte necessário para empresários começarem a expandir seus horizontes aqui na China. Desde a recepção no aeroporto até o acompanhamento em visitas e passeios em geral.
*Rodrigo Luis é sócio-diretor da Winpoint Technology e mora em Shenzhen, na China, desde 2009
Boa Luis!! ????