Bayard Do Coutto Boiteux*
A gastronomia é sem dúvida alguma um importante componente da oferta turística de uma
localidade. Ela, muitas vezes, acarreta deslocamentos por suas características inusitadas e que a individualizam, por trazer uma proposta diferente, na sua concepção de menu e prestação de serviço.
O Empório Sacra Família, da chef Adriana Souza é um case de sucesso em Engenheiro
Paulo de Frontin, no Vale do Café do Rio de Janeiro. Aqui se misturam criatividade com aconchego e vontade de mostrar que a cozinha italiana pode ganhar ares requintados através de um novo olhar sobre o preparo dos pratos.
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Há dois itens vitais que devem ser considerados: o molho de tomate e as massas. No caso do restaurante em pauta, com uma adega de primeira qualidade e dois ambientes, um inclusive com lareira, a fabricação dos dois agregados são preparados “in loco” por Adriana. O restaurante abre apenas nos finais se semana para almoço, com reserva prévia, em função da pandemia. As mesas internas e externas são bem espaçadas, todos os protocolos levados em consideração e pasmem vocês, com meu livro ”Mania de fotografar o Rio”, na entrada sobre uma mesa, aberto nas páginas que dediquei ao templo gastronômico.
Todas as fotos que fazem parte do livro não tiveram notificação prévia dos que ali figuram e devo confessar que a gratidão pelas mesmas foi quase nenhuma, embora nunca espere nenhum obrigado.
A cozinha é aberta e se pode ver a chef Adriana preparando os pratos e escolhendo cada um dos integrantes de uma cozinha saudável mas com requinte e afeto. Há um sorriso constante na equipe que cuida dos clientes: Solange e Carla. Devidamente uniformizadas são portadoras de uma vontade de servir com profissionalismo, num ambiente de glamour com música italiana.
O serviço é dinâmico e as entradas chegam logo. A caipirinha de cachaça envelhecida de morango chega rápido e me encanto com a delicadeza do serviço. Os detalhes passam pelos guardanapos, copos, louça, talheres e até as xícaras que servem o café. Nosso grupo escolhe três pratos, que em 40 minutos chegam no ponto de comer e se deliciar. Tudo é muito fresco, desde a carne, aos camarões até os insumos utilizados nas saladas. O cuidado é grande nas plantas que circundam a propriedade e no bonito jardim tem uma fonte e até um espaço para crianças.
O ambiente é carregado de amor pelo que fazem e pelo que proporcionam. Cozinhar é um
dom, que vem da sensação interna de agradar o próximo com maravilhas emanadas de gostos que permanecem na memória afetiva.
Sim, o Empório Sacra Família, no distrito do mesmo nome veio para brotar no imaginário de cada um a vontade de se extasiar com a nouvelle cuisine italienne, digna do Michelin mas com a simplicidade de uma equipe, cuja relação com a vida é de apreço e gratidão.
*Bayard Do Coutto Boiteux é funcionário público, escritor, pesquisador, professor e cidadão do mundo. Atualmente trabalha voluntariamente no Instituto Preservale e na Associação dos Embaixadores de Turismo do RJ. (www.bayardboiteux.com.br)