A impressão que tenho ao deixar Curitiba é que a cidade aumenta ano a ano a importância que dá à economia do turismo e a trata à altura de uma atividade que pode (e deve) mudar o mundo.
Cidade pioneira em criar uma Escola de Turismo vinculada a parceiros como o Senac e o Sebrae, Curitiba tem a inovação como mantra e mostra força e coerência na formação de profissionais antenados para o mercado de trabalho.
por Paulo Atzingen*
A cidade tem projetos (que podem ser copiados) já implantados de acessibilidade, tecnologia da informação, urbanismo, inclusão e de capacitação e formação de pessoal. Este é um.
Conheci Grécia Corrêa, coordenadora da Escola de Turismo, uma das joias do Instituto Municipal de Turismo na Expo Turismo Paraná. Instituída em setembro de 2021, a Escola de Turismo de Curitiba tem como objetivo qualificar e capacitar pessoas – não necessariamente que já trabalhem no setor – e que essas pessoas se integrem e ofereçam seus serviços com qualidade e profissionalismo à cidade, ao receptivo, ao turismo e às viagens, ao lazer e ao entretenimento, na prática.
“Até agora, de 2021 para cá, capacitamos mais de duas mil pessoas. Desde guias de turismo, agentes de viagens, gente que trabalha ou quer trabalhar em rede hoteleira, bares e restaurantes”, disse Grécia ao DIÁRIO.
Ela diz à reportagem que o Senac tem uma parceria com o Instituto e entra com vários cursos voltados principalmente para a empregabilidade. “São cursos de línguas, curso de planejamento para o receptivo, cursos de A&B, são inúmeros,” enumera. Ela acrescenta que a Escola de Curitiba ganhou este mês de junho a parceria também do Sebrae que vem justamente para trabalhar com mentorias, para trabalhar com bares, restaurantes, mas com o foco em gestores. “A chegada do Sebrae faz uma “grande aliança” de todas essas interlocuções”, sintetiza a coordenadora.
Mais que atrair, formar cidadãos
Acrescido a todas essas funções educacionais e pedagógicas, conta-me Grécia, a escola também tem um programa chamado “turismo receptivo”, onde os alunos têm acesso aos espaços, aos atrativos turísticos, com a oportunidade de imersão nesses atrativos turísticos. “Isso é fundamental para que as pessoas que trabalham com o turismo entendam como é o movimento de Curitiba, o fluxo de visitantes, como o turista lê a cidade, o que acontece com essa população, qual é a finalidade dos atrativos. Não é somente atrair o turista, mas fazer com que a pessoa, o profissional, se aproprie da cidade, de toda a sua potencialidade que ela tem para fazer um bom acolhimento. Para que tenha uma chancela muito forte de uma cidade que também é educadora, não apenas uma cidade inteligente, que eu acho que também é bem importante”, disse ao DT.
A Escola de Turismo de Curitiba é aberta a todas as pessoas que desejem se aperfeiçoar em suas carreiras e, de acordo com Grécia, é uma escola aberta que abraça a todos.
Os certificados são chancelados pelo Imap – Instituto Municipal de Administração Pública de Curitiba em sua plataforma Aprendere.
Inovadora
A Escola em si não emprega professores, mas sim, recebe mestres, orientadores e técnicos que se voluntarizam. “Como a gente tem contrato com Senac, ele disponibiliza, e quando não é via Senac, tem os parceiros que vêm pela questão da instituição pública mesmo, que são os parceiros da Fundação Cultural, do Meio Ambiente, enfim, parcerias.
Inovadora e quase sempre na vanguarda em se tratando de políticas públicas que beneficiem também seus cidadãos, Curitiba mais uma vez pula na dianteira e serve de modelo para muitas cidades do Brasil e do mundo que queiram fazer do turismo não peça de retórica, mas como construção de uma prática.
Veja o video de lançamento da Escola:
*Paulo Atzingen viajou à cidade de Curitiba convidado pela Expo Turismo Paraná.