O Encontro de Líderes que ocorre em Foz do Iguaçu dias 16 e 17 de maio teve como painel final o tema “Projetos que geram Impacto Econômico no Turismo” com os deputados federais Herculano Passos, Newton Cardoso Júnior e Vermelho Maria. O evento reúne líderes da cadeia produtiva do turismo, empresários e representantes públicos das esferas municipais, estaduais e federais, além de representantes de organismos como Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Confederação Andina de Fomento (CAF), BNDES, Banco do Nordeste, Caixa Econômica Federal, Prodetur, agências de fomento e fundos de investimentos nacionais e internacionais.
Por Juneo Videira com REDAÇÃO DO DIÁRIO (de Foz do Iguaçu)
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O deputado Newton Cardoso Júnior, em sua fala defendeu a implantação dos cassinos no país como um segmento que, se regulamentado, trará fortuna ao país. “Existe a possibilidade de geração de mais de 600 mil empregos no país com uma arrecadação de 30 bi (reais) em tributos por ano. É uma boa estratégia para a recuperação da economia brasileira”, afirmou Cardoso, que é presidente da Comissão de Turismo na Câmara.
Para o deputado Herculano Passos, o turismo ainda não é explorado como deveria ser em nosso país, a exemplo de Portugal. “Estamos deixando de oferecer emprego e de arrecadar impostos.O momento é propício para mudar esse jogo”, afirmou.
Sem argumentação
Herculano retomou a temática da liberação dos jogos lembrando do contraponto que existe com a bancada evangélica, que é contra. “A bancada evangélica não tem argumentação, já que na maioria dos países cristãos os jogos são legalizados. Já conheço muitas realidades de sucesso. Exemplo de Cingapura – a partir da legalização dos cassinos, aumentou o número de convenções, turistas, etc. É importante lembrar que tudo será regulado pelo governo federal”, garantiu.
E finalizou: “Não é só o cassino que gera riqueza, muitos eventos são atrelados a este atrativo. O Cassino é um chamariz do desenvolvimento”, prognosticou.
O deputado federal de Santa Catarina Reanto Guidi, fez coro: “O Brasil só tem a ganhar. Precisamos ter muita presa para aprovar, não podemos perder tempo. Iremos tirar o Brasil da informalidade e irá em benefício de todos”.
Bancada evangélica
Em entrevista ao DIÁRIO, Herculano Passos, reforçou que o principal entrave na Câmara dos Deputados e no Senado é a bancada evangélica. Mas, segundo ele, são minoria mas mesmo assim atrapalha o processo de legalização do jogo no Brasil.
“No Brasil é legalizado o jogo em partes. A loteria, a corrida de cavalo. Só não é legalizado o cassino, o jogo de bicho e o bingo. Tem que legalizar o que existe. Ou legaliza ou continua do jeito que está.
As pessoas fazem o que querem, e o jogo foi feito para os homens. Quando proibiram os jogos no Brasil, em 1949, o presidente (Eurico Gaspar) Dutra fechou os cassinos e 52 mil pessoas ficaram desempregadas. Temos em nossa formação que jogar é pecado. O jogo foi feito para o homem, joga quem quer, ninguém é obrigado. Agora quando o jogo é legalizado tem o acompanhamento dos jogos pelos cassinos e existem mecanismos de proibir o jogador viciado de jogar. O problema é a compulsão que algumas pessoas. As atividades em volta dos cassinos, os eventos, os shoppings, as agências, o desenvolvimento no entorno faz do cassino um equipamento. Agregador da economia”, afirmou ao DIÁRIO.
Como está o projeto
No Senado da República, o PLS 186 de 2014, que trata sobre a legalização dos jogos de azar, teve parecer negativo, na Comissão Especial que o analisou. Agora, ele está pronto para ser votado em Plenário, mas até o final do ano passado, a previsão de aprovação não era boa.
Já na Câmara Federal, o PL 442 de 1991 e seus apensados foi aprovado pela Comissão Especial do Marco Regulatório dos Jogos no Brasil. Esse projeto é bastante parecido com o do Senado, no entanto é mais completo, estipulando, por exemplo, a área que os cassinos deverão ocupar dentro desses complexos integrados de lazer. Aqui, a possibilidade de aprovação do projeto parece melhor do que no Senado e há também uma sinalização positiva por parte do novo Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, indicando que o governo deve ser favorável abertura dos cassinos no Brasil.