(*) Toni Sando
Comemorado em 5 de dezembro, o Dia Internacional do Voluntariado nos convida a refletir sobre a importância de servir ao próximo e a reconhecer o impacto dos voluntários na transformação de vidas e no fortalecimento de comunidades. Ao dedicarem seu tempo, suas habilidades e conhecimentos, eles contribuem para tornar o mundo um lugar mais solidário, justo e esperançoso, já que são a essência da empatia e do compromisso com o bem-estar coletivo, operando em áreas críticas como saúde, educação, meio ambiente e assistência social.
Como exemplo, cito o Instituto da Criança e do Adolescente do Hospital das Clínicas de São Paulo, no qual os voluntários desempenham um papel crucial no apoio aos pacientes, suas famílias e toda a equipe médica. Além do tratamento clínico oferecido pelos profissionais de saúde, a presença dessas pessoas traz acolhimento, alívio emocional e humanização ao ambiente hospitalar. Eles proporcionam momentos de alegria e normalidade para as crianças e os adolescentes, que enfrentam momentos difíceis, fazendo de lá um espaço onde ainda é possível sorrir, brincar e encontrar esperança em meio a tratamentos intensivos.
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O trabalho voluntário vai muito além da assistência prática, pois tem o poder de modificar contextos e realidades, fortalecendo os sistemas em que se insere. Ao atuarem em hospitais, por exemplo, os voluntários liberam profissionais de saúde para focar em suas áreas críticas de atuação, o que resulta em um atendimento mais eficaz e de qualidade. Em outras áreas, como a educação, eles promovem atividades de reforço escolar, orientação profissional e acesso a atividades culturais e de entretenimentos, abrindo portas para novas oportunidades e contribuindo para uma sociedade mais igualitária e preparada.
O voluntariado também é uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento social, promovendo a integração e o trabalho em equipe em prol de causas comuns. Ele cria uma rede de colaboração, na qual cada ato de generosidade e cada hora doada geram impactos que se multiplicam e reverberam de forma positiva em toda a sociedade.
Em conselhos consultivos, como o do Instituto da Criança e do Adolescente, no qual os membros utilizam suas redes de relacionamento para gerar recursos, adquirir equipamentos ou agilizar processos burocráticos, e em movimentos de mutirões de limpeza e programas de apoio psicológico, os voluntários são protagonistas de uma transformação silenciosa, mas imensurável, que constrói um futuro mais sustentável e inclusivo.
Além disso, esse trabalho beneficia tanto quem recebe quanto quem oferece. Para os voluntários, a experiência proporciona um profundo sentido de pertencimento, propósito e bem-estar. Ao se engajarem em causas significativas, eles ampliam sua visão de mundo, criam conexões e aprimoram suas habilidades sociais e emocionais. Como diz a frase popular: “Quem não serve para servir, não serve para viver.” O voluntariado é, portanto, uma forma de viver a plenitude da empatia e da conexão humana.
No Brasil e no mundo, o impacto desse trabalho pode ser visto em inúmeras iniciativas. Em comunidades vulneráveis, ele fortalece redes de proteção social, oferece suporte em momentos de crise e constrói laços que transcendem barreiras culturais, econômicas e geográficas.
Em tempos desafiadores de crises sanitárias ou desastres naturais, como o que aconteceu no Rio Grande do Sul, os voluntários são muitas vezes os primeiros a responder, com dedicação e coragem, para ajudar os mais necessitados. É um reflexo do melhor que a humanidade pode oferecer: compaixão em ação.
O Dia Internacional do Voluntariado deve ser, então, uma oportunidade não apenas para celebrar, mas também para valorizar, reconhecer e estimular esse trabalho em todas as esferas da sociedade.
Que possamos enxergar cada ato de doação de tempo, esforço e talento como um alicerce fundamental para um mundo mais empático, solidário e justo. E que esse espírito de voluntariado se perpetue não apenas um dia, mas ao longo de todo o ano, incentivando cada vez mais pessoas a se engajarem e a fazerem a diferença, independentemente das divergências políticas ou ideológicas em um mundo polarizado.
Afinal, quando nos unimos para ajudar o próximo transformamos vidas e também aperfeiçoamos a nós mesmos como seres humanos e cidadãos.
O voluntariado é uma prática que transcende o individual, promovendo uma convivência mais harmoniosa, baseada na coletividade, no respeito e na construção conjunta de um mundo melhor para todos. Que o dia 5 de dezembro seja um marco da valorização contínua dos voluntários e um incentivo para que possam continuar a exercer esse papel tão vital em nossa sociedade.
(*) Toni Sando é presidente da Unedestinos, presidente executivo do Visite São Paulo Convention Bureau, membro da Academia Brasileira de Eventos e Turismo e do Conselho Consultivo Comunitário do Instituto da Criança e do Adolescente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP