Nem mesmo as previsões mais argutas deram conta de prever a extensão e a profundidade das mudanças resultantes das eleições realizadas domingo, 7 de outubro de 2018. Vários notáveis, acostumados a se eleger ou se reeleger com relativa facilidade, conheceram o sabor amargo da derrota. O mesmo ocorreu com legendas consolidadas, que no 1º turno encolheram em todos os cantos do país.
CONSELHO EDITORIAL DO DT
O PSDB, certamente, foi o partido que conheceu o revés mais desconcertante. E o seu adversário mais tradicional, o PT, também contabilizou fracassos sem precedentes, na disputa de cargos majoritários e proporcionais. Talvez o único consolo para os seguidores de Lula seja um relativo poder de fogo no nordeste brasileiro, que evitou desastre maior do candidato Fernando Haddad.
Para o PSDB, de Geraldo Alckmin, resta um fio de esperança de reconquistar o governo do Rio Grande do Sul, no 2º turno. E, quem sabe, o de São Paulo, a despeito dos senões conhecidos ao candidato João Dória, considerado um outsider que interrompeu o mandato na prefeitura paulistana, forçou a barra para disputar o Governo do Estado e protagonizou rachaduras sérias no tucanato paulista.
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Perspectivas para o Turismo?
O efeito Bolsonaro fustigou outras agremiações, como MDB, PTB, DEM e PSB. O polêmico candidato, por muito pouco, não passa a régua já no 1º turno. E, da noite para o dia, o então minúsculo PSL se agigantou, por conta de vitórias expressivas para Senado, Câmara dos Deputados e Assembleias Legislativas Brasil afora. O mapa do poder e da representação política brasileira tem novo desenho. E aqui, cabe a pergunta: que perspectivas o novo cenário aponta para o Turismo do nosso país?
No início da campanha eleitoral, 25 entidades da cadeia produtiva do turismo, que compõem o Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur), da CNC, entregaram aos candidatos à Presidência documento com propostas para a construção e consolidação de uma política pública do setor. Objetivo: incluir o turismo na pauta prioritária do país e transformar o potencial brasileiro em realidade.
Intitulado “Turismo +desenvolvimento +emprego +sustentabilidade, conteúdo aponta caminhos para impulsionar essa indústria como vetor relevante da retomada do crescimento econômico do país. Para o ministro Vinicius Lummertz, documento sustenta que o Turismo deixe de ser uma unanimidade retórica e passe a ser uma prioridade na agenda estratégica do país. Íntegra do documento está disponível em http://bit.ly/TurismoPropostas.
Políticas públicas impactam
Já o presidente do Cetur, Alexandre Sampaio, o setor é muito abrangente e reúne cerca de 60 atividades econômicas. Embora fundamentalmente realizado pela iniciativa privada, é uma indústria fortemente impactada pelas políticas públicas, que incluem infraestrutura, segurança, serviços de saúde e condições macro e microeconômicas favoráveis para o seu bom desempenho, a exemplo de câmbio e tributação.
Documento destaca ser necessário dar continuidade às políticas para o turismo, que devem ser encaradas como políticas de Estado. Todos os candidatos, incluindo os dois classificados para o 2º turno, receberam a publicação. Agora é aguardar o desfecho, em 28 de outubro.
O DIÁRIO DO TURISMO, que se prepara para comemorar 14 anos de vida, parabeniza os governadores já eleitos, além dos vitoriosos ao Congresso Nacional e legislativos estaduais. Em São Paulo, cumprimenta o candidato Bruno Omori, que embora não eleito a deputado estadual, é um defensor incansável das boas causas do turismo. E a Herculano Passos, presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Turismo, foi reconduzido ao cargo de Deputado Federal, sempre atuante na defesa do turismo brasileiro. Na pauta prioritária da Frente do Turismo, ainda neste ano, está o Projeto da Lei Geral do Turismo e o da elevação do capital estrangeiro nas empresas aéreas.
Retomando a chamada deste opinativo, reiteramos: a Nação se renova com o voto. E o Turismo? O presidente eleito, seja ele de direita ou de esquerda terá sensibilidade suficiente para ver no segmento uma das saídas para escaparmos do calabouço econômico em que nos encontramos? Com certeza só saberemos depois de 28 de outubro.