Eike será parceiro de novos donos do Glória

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A EBX, holding de Eike Batista, anunciou ontem a conclusão de acordo para a venda do quase centenário Hotel Glória, no Rio de Janeiro, para o grupo suíço Acron. Às voltas com um complicado processo de reestruturação de suas empresas, Eike será parceiro da Acron no processo de reconstrução do hotel, que está com as obras paralisadas desde o ano passado, quando estourou a crise do grupo X. Segundo comunicado distribuído pelas duas empresas, as instalações devem ser abertas em 2016. Não foram informados maiores detalhes de como se dará a parceria. 

“É um prazer cuidar do Hotel Glória junto com a Acron novamente. É um ponto de referência junto ao coração dos cariocas. A combinação de nossas redes de competências fará com que o Hotel Glória volte a ser um hotel de ponta novamente, assim como tem sido nos últimos 82 anos”, afirmou Eike, no comunicado.

Por meio da empresa Rex Empreendimentos Imobiliários, o executivo comprou o edifício em 2008, por R$ 80 milhões, e tinha planos de transformá-lo em um “super hotel”, segundo disse na época. “Queremos restaurar o charme dos anos 1920”, afirmou, em março de 2008. O edifício abrigaria também a sede de algumas empresas do grupo e seria integrado à Marina da Glória, que também chegou a ser administrada pelo empresário. 

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A crise iniciada com a frustração de expectativas na petroleira OGX, porém, levou ao abandono do projeto em 2013, dois anos após o início das obras, que mantiveram apenas a fachada intacta — todo o interior foi levado abaixo para um processo de retrofit. As instalações estão hoje no mesmo estado de um ano atrás. O projeto recebeu um financiamento de R$ 147 milhões do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A Acron informou que, desde a assinatura do acordo de compra, vinha negociando com prestadores de serviços e com um grupo hoteleiro para operar o empreendimento. 

“É um prazer cooperar com o Sr. Batista e pensamos que é melhor ter um parceiro com conhecimento profundo sobre o Glória a bordo”, afirmou o presidente da Acron, Klaus W. Bender, acrescentando que a empresa está de olho em outras oportunidades no mercado imobiliário brasileiro. O objetivo dos investidores é transformar o hotel, inaugurado em 1922, em um complexo com quartos de luxo, “talvez algumas residências”, teatro, lojas, academia de ginástica e piscina com vista para o Pão de Açúcar. 

O hotel era administrado, desde os anos 1920, pela família Tapajós. Desde sua inauguração, hospedou celebridades internacionais e 19 presidentes da República – um deles, José Sarney, pediu para Eike ter carinho com o hotel, onde costumava ficar em suas estadas no Rio. A suspensão das obras gerou críticas entre vizinhos e especialistas no patrimônio histórico. 

O Hotel Glória foi a primeira aquisição do grupo Acron no país. Em sua página na internet, o grupo informa que está interessado em ativos em São Paulo e no Rio, com valores entre R$ 35 milhões ao máximo de R$ 175 milhões. Estão na mira hotéis, escritórios, edifícios de varejo e logística, de preferência com contratos de aluguel de longo prazo. Os imóveis devem ser voltados para a classe A e, de preferência, com certificação LEED de eficiência energética.

 

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