O embarque de passageiros a partir daqueles que têm assentos na parte traseira da aeronave — uma mudança na era de covid-19 feita por Delta Air Lines e outras companhias aéreas com a intenção de reduzir o risco de infecção — na verdade aumenta em 50% a chance de se contrair o vírus, segundo um estudo científico.
Bloomberg
O chamado ‘back-to-front boarding‘ — embarque de trás para a frente do avião — também é duas vezes mais arriscado do que deixar os passageiros embarcarem aleatoriamente, embora reduza a exposição entre os passageiros sentados e os que estão caminhando dentro da aeronave, de acordo com o estudo publicado nesta quarta-feira no jornal “Royal Society Open Science”. O maior risco vem do contato mais próximo entre os passageiros de mesmas fileiras que se aglomeram no corredor enquanto guardam suas bagagens.
A Delta adotou o embarque de trás para frente do avião para “minimizar o contato com outros passageiros”, de acordo com seu site, embora a companhia aérea dos EUA embarque apenas 10 pessoas por vez. A mudança ocorreu entre várias empresas em todo o setor — incluindo o bloqueio dos assentos do meio da aeronave — para convencer os passageiros de que é seguro voltar a viajar de avião.
No estudo, cientistas de instituições como a University of West Florida e a Florida State University simularam 16 mil movimentos possíveis de passageiros. “As novas medidas não representam uma melhora em relação às antigas em nenhuma situação”, segundo eles. A assessoria de imprensa da Delta não respondeu a um email pedindo comentários.
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O risco de exposição ao vírus pode ser reduzido se as pessoas forem impedidas de usar os compartimentos superiores de armazenamento de bagagem e se o embarque começar por aqueles cujos assentos estejam junto às janelas, antes daqueles com assentos de corredor, de acordo com o estudo.