A fabricante de aeronaves Embraer encerrou o segundo trimestre com prejuízo líquido atribuído aos sócios da controladora de R$ 1,68 bilhão, comparável a lucro de R$ 26 milhões um ano antes, pressionada principalmente por perdas adicionais no segmento de aviação comercial relacionadas ao acordo desfeito com a Boeing e pelo impacto da pandemia de covid-19 nas entregas de jatos. A companhia reconheceu no período uma série de itens especiais que tiveram impacto negativo de R$ 1,07 bilhão no resultado.
Os números do trimestre incorporam uma baixa contábil de R$ 473,6 milhões na aviação comercial, R$ 542,6 milhões referentes ao reconhecimento de depreciação e amortização nessa mesma área durante o período em que permaneceu como ativo à venda (para a Boeing) e R$ 83,7 milhões em provisão adicional para perdas de crédito durante a pandemia, além do impacto positivo de R$ 31,3 milhões da variação de sua fatia na Republic Airways Holdings.
A Embraer informa ainda que registrou no trimestre despesas de R$ 151,1 milhões relativas a excesso de capacidade ociosa por causa da pandemia, com impacto negativo na margem bruta.
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De abril a junho, o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da Embraer foi negativo em R$ 1,15 bilhão, frente a R$ 259,6 milhões positivos um ano antes, com margem de menos 40,2%. O Ebitda ajustado, por sua vez, foi negativo em R$ 624,4 milhões. Já o Ebit ficou negativo em R$ 1,82 bilhão, com margem de -63,6%.
A companhia entregou quatro aviões comerciais e 13 jatos executivos no segundo trimestre, sendo nove jatos leves e quatro grandes, e encerrou o período com US$ 15,4 bilhões na carteira de pedidos. Projeções para entregas e resultados em 2020 seguem suspensas por causa das incertezas provocadas pela pandemia de covid-19. (VALOR ECONÔMICO)