Em 20 anos a uva Tannat ficará só na lembrança (Parte III)

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por Werner Schumacher*

É animador e interessante ver os resultados que a Cooperativa Gascon Plaimont Producteurs vem obtendo com os seus vinhos.

O projeto de resgatar antigas e raras variedades vem tomando impulso e eles esperam crescer para centenas de hectares nos próximos anos.

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Em uma degustação realizada em Londres, foram provadas 5 dessas variedades, além da Manseng Noir, a Pedebernade 5, a Morenoa, a Dubosc 1 e a Tardif.

Essas variedades foram descobertas no vinhedo de Sarragachies em 1999, que é patrimônia da humanidade, por ser préfiloxera. Amplo estudo ampelográfico (ciência que estuda as variedades das uvas) e também experimentos no campo.

Além da Manseng Noir, que já vem sendo comercializada, principalmente em cortes com Merlot, a Tardiff já foi catalogada oficialmente; um passo fundamental, pois assim pode ser cultivada e comercializada.

Também a Morenoa, uma parente da Cabernet Franc, não tem mais nada que impeça a sua propagação.

O diretor administrativo, Olivier Bourdet-Pees disse a revista The Drink Business que é muito agradável ver este crescimento no projeto, “é algo muito especial apresentar algo novo, algo para as pessoas descobrirem”.

Olivier destacou ainda que a Manseng Noir tem um forte caráter vegetal, – “chocante” a palavra que usou -, mas querem preservar a herança da região e o importante é que há pessoas que amam este estilo.

Por sua vez, o crítico de vinhos Jamie Goode apresentou varias máster-classes e disse que o fez para ajudar na ressurreição dessas antigas variedades e para encontrar um “novo parceiro” para a Tannat, a uva mais difundida na região, que devido aos verões cada vez mais quentes, estão produzindo vinhos superalcoólicos.

Os vinhos elaborados com a variedade Manseng Noir, a parte o forte vegetal, são capazes de fornecer uma densidade carnuda, enquanto a Tardiff possui bons níveis de aromas picantes ou apimentados.

Quanto às variedades Pedebernade 5 e Dubosc 1 os vinhos apresentaram características extremamente atraentes, mas ambas as uvas têm a distinção de serem “fêmeas”, não são hermafroditas, como a maioria das uvas comercializadas no mundo são.

A França não permite o cultivo de variedades masculinas e femininas para a vinificação destinada ao comércio. Permitidas apenas em parte da Itália e da Grécia.

Acrescentou o diretor da cooperativa: “As uvas velhas de volta do limiar serão as videiras do futuro”, e acrescentou: “apesar de suas muitas vantagens elas precisam de muito trabalho, portanto não tenho certeza de que trabalharão para todos”.

Do trabalho duro podem vir coisas boas e como Goode concluiu: “É um projeto raro e excitante, com muito potencial”.


Fonte: O ‘EXCITANTE PROJETO’ DE PLAIMONT COMEÇA A DAR FRUTOS – https://www.thedrinksbusiness.com/2018/02/plaimonts-exciting-project-begins-to-bear-fruit/


*Werner Schumacher estudou Economia na PUC/RS e é um dos responsáveis pela profissionalização da vitivinicultura no Brasil.


 

 

 

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