Investimentos da ordem de R$ 11 bilhões, com arrecadação de impostos de R$ 7,2 bilhões durante os primeiros 14 anos (construção e consolidação de vendas) e mais R$ 1 bilhão por ano quando estiver em operação. Estes são os números estimados para o empreendimento Maraey*, que será construído em Maricá, Costa do Sol do Rio de Janeiro.
O DIÁRIO conversou com Emilio Izquierdo Merlo, CEO da MARAEY, empresa proprietária e responsável pelo projeto, que segundo ele será o principal complexo turístico-residencial sustentável da América Latina. “O negócio vai gerar 36 mil empregos e contará com quatro hotéis cinco estrelas, que receberão uma média de 300 mil turistas por ano”, afirma Izquierdo que antes de se juntar ao projeto MARAEY trabalhou 15 anos como consultor e investidor em empresas do setor imobiliário e em outros projetos ao redor do mundo. Formado em Direito pela Universidade de Navarra, ele tem pós-graduações importantes, como MBA Executivo na IESE Business School (Espanha), Master of International Business (MIB) na Grenoble Ecóle de Management (França) e Master of Management (MM) em Mercado Imobiliário e Empresas de Construção na ICADE Business Schhol (Espanha).
Emilio apoia diversas organizações sem fins lucrativos e, através do projeto MARAEY, quer contribuir com a transformação econômica, social e ambiental do Brasil. Acompanhe abaixo a entrevista, concedida ao editor do DIÁRIO, jornalista Paulo Atzingen.
Veja também as mais lidas do DT
REDAÇÃO DO DIÁRIO
DIÁRIO – Emílio, essa proposta de energia limpa – que já é antiga em outros países – aos poucos vai ganhando corpo e espaço no Brasil. Essa é a primeira experiência no Brasil da sua empresa ou já existiam outras?
MARAEY é nosso primeiro projeto no país. A IDB Brasil, empresa responsável pelo empreendimento, tem entre suas controladoras as empresas espanholas Abacus Property Development e o Grupo Cetya, que atuam há mais de 50 anos no mercado de matérias-primas, de construção e imobiliário, com projetos que envolvem recuperação ambiental, em diversos países.
MARAEY, no entanto, é um projeto único, inovador. Trabalhamos para que ele seja um exemplo mundial de sustentabilidade ambiental, econômica e social.
DIÁRIO – Essa característica sustentável, de economia circular, e energia limpa auxilia na hora da negociação com governos municipais e estaduais?
Somos parceiros dos governos nas duas esferas – ambas conhecem a capacidade transformadora do projeto. A responsabilidade ambiental e social são componentes indispensáveis de MARAEY. É interessante para administradores públicos com visão de futuro ter em seu território um projeto com componentes como a segunda maior reserva privada (RPPN) de restinga do Estado do Rio, metade da energia de áreas públicas gerada por fontes limpas, mobilidade elétrica, comunidade de pescadores preservada e integrada ao projeto e toda a tecnologia embarcada, com soluções de smart city espalhadas pelo empreendimento. Caminharemos sempre lado a lado: conforme MARAEY cresce, Maricá e o Estado do Rio crescem também, e vice-versa.
O mundo mudou em 2020 e toda a sociedade vem repensando seu modo de vida. Novos projetos precisam incorporar os melhores valores de sustentabilidade, qualidade, segurança e integração social.
O mundo mudou em 2020 e toda a sociedade vem repensando seu modo de vida. Novos projetos precisam incorporar os melhores valores de sustentabilidade, qualidade, segurança e integração social. Estamos diante de um cenário propício para desenvolver um novo conceito de moradia e turismo e promover um setor intensivo em mão de obra, que pode ajudar muito na tão necessária recuperação econômica do Estado.
Somente os empreendedores que realmente incorporarem tecnologia em seus processos construtivos, eficiência energética e uso de energias renováveis e de materiais de baixo impacto e recicláveis conseguirão atrair e reter seus novos moradores e visitantes.
DIÁRIO – Quais são os principais benefícios que o projeto oferece a curto, médio e longo prazo?
No curto prazo, já fechamos diversos acordos com a Prefeitura de Maricá que beneficiam toda a população, como o mais recente, assinado com o Senac e a Prefeitura que prevê a formação e qualificação profissional para o aproveitamento da mão de obra local para construção e operação do empreendimento e em outros negócios. Além disso, o conceito do projeto, estimula um novo olhar para toda a região.
No médio prazo, teremos a fase das obras. Além das oportunidades de emprego no âmbito social, atuaremos em diversas frentes ambientais para proteção da fauna e flora nativas, com a criação da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) e do Instituto MARAEY, que liderará as diretrizes socioambientais e culturais do projeto; e, dentro dele, um centro de pesquisas acadêmicas, que reunirá algumas das principais universidades públicas do país em torno de estudos sobre os ecossistemas existentes na região.
É um projeto longevo, com investimentos da ordem de R$ 11 bilhões, com arrecadação de impostos de R$ 7,2 bilhões durante os primeiros 14 anos (construção e consolidação de vendas) e mais R$ 1 bilhão por ano quando estiver em operação. Estamos falando da geração de mais 36 mil empregos, uma população de total estimada em 70 mil pessoas, formada por residentes, prestadores de serviços, turistas e trabalhadores. Especificamente no âmbito turístico, estimamos uma média de 300 mil turistas por ano.
Para atender a essa necessidade será criado, dentro do empreendimento, o Campus Universitário MARAEY, liderado por uma das mais renomadas escolas de hotelaria do mundo, com capacidade para 700 estudantes de nível superior
A perspectiva de geração de tantos empregos cria, inclusive, uma enorme demanda por profissionais qualificados, especialmente nas áreas de turismo e serviços. Para atender a essa necessidade será criado, dentro do empreendimento, o Campus Universitário MARAEY, liderado por uma das mais renomadas escolas de hotelaria do mundo, com capacidade para 700 estudantes de nível superior. E com a criação do Centro de Formação de Maricá, para 3 mil alunos de nível médio, pela administração municipal, a cidade vai se consolidar como um polo de formação e de excelência de serviços, em nível técnico e superior. Essas ações formam parte de um ambicioso plano de capacitação e contratação, dirigido fundamentalmente à mão de obra local, em colaboração com instituições públicas, acadêmicas e privadas.
DIÁRIO – Por que Maricá, Costa do Sol do Rio de Janeiro e por que não Nordeste do Brasil ou algum recôndito paulista?
Maricá combina muitas qualidades. Tem um patrimônio ambiental belíssimo, com uma rara combinação de Mata Atlântica, restinga, lagoas e praias e um enorme potencial de desenvolvimento turístico ainda não explorado. Fica a apenas 45 quilômetros do Centro do Rio e conta com uma população vibrante, disposta a transformar o município num dos melhores lugares para turismo e residência do país. O município é uma pérola do Estado do Rio.
Para o turismo, a proximidade de aeroportos também é uma vantagem. O aeroporto de Maricá está se estruturando para voos comerciais e, além disso, a distância para os dois principais aeroportos do Rio, o Tom Jobim e o Santos Dumont, é muito pequena.
Pretendemos contribuir, com um enorme esforço de desenvolvimento sustentável, para que o município tenha todos os seus potenciais revelados. Criaremos, juntos, um destino de alto nível para o turismo nacional e internacional, além de um território em que todos terão o desejo de morar.
DIÁRIO – Quando as obras começam e qual a previsão de implantação total?
O projeto está em fase final para obter a Licença de Instalação por parte do INEA (Instituto Estadual de Meio Ambiente do Rio de Janeiro) para iniciar suas obras de infraestrutura. O início das obras está previsto para o primeiro semestre deste ano, com duração estimada de 14 anos para MARAEY estar em plena operação.
*MARAEY: palavra do vocabulário Guarani: “Yvy Mara Ey” que significa “A Terra Sem Mal”
Se os lagos forem tratados, repouvoado com peixes adaptáveis para pesca esportivas, assim Comos nós Estados Unidos, que além disso, banca os residentes de propriedades que águas de nascentes passa, para preservar e proteger, ajuda e ainda economiza mantendo boa a qualidade!