Marcos Valério – coordenador da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) em Minas Gerais, está com sua estrela brilhando mais do que o normal nesses dias. Ele, junto com sua equipe planejou, construiu e executou o 23º Encontro da Hotelaria – Edição Araxá. É evidente que Marcos Valério teve outros parceiros e ele ressalta isso na entrevista a seguir. O evento adquiriu uma importância inquestionável a partir de um trabalho capitaneado por Marcos, que tem a receita: persistência, visão estratégica da hotelaria e relacionamentos bem construídos. No primeiro dia do Encontro, que aconteceu no histórico Grande Hotel Termas do Araxá, o DIÁRIO o entrevistou, confira:
Por Paulo Atzingen, de Araxá (MG)*
DIÁRIO – Marcos, a programação do Encontro da Hotelaria é bem eclética, você e sua equipe se preocuparam em apresentar um conteúdo interessante, parabéns! Queria que você falasse a respeito da organização do encontro.
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Primeiro quero agradecer a presença do DIÁRIO DO TURISMO; nós já estávamos planejando a vinda do veículo em edições anteriores e agora deu certo. Por isso, quero agradecer pois vocês estão aqui prestigiando não só o encontro da hotelaria, mas prestigiando Minas Gerais, prestigiando Araxá e em especial o setor hoteleiro.
Como você sabe muito bem, a Hotelaria é um dos pilares do Turismo, não há turismo sem hospitalidade, sem gastronomia e nós estamos aqui valorizando, incentivando, promovendo, reconhecendo a importância do setor hoteleiro, no seu conjunto, tanto empresarial como e profissional que estruturam a atividade turística de um destino, de uma cidade, de um estado, de um país. O papel da federação (FBHA) como representante de uma categoria de hospitalidade e de alimentação é proporcionar ao empresário e aos profissionais, que esses tenham oportunidade de capacitar, qualificar, se atualizar e, acima de tudo, se relacionar porque ainda a hotelaria é um setor com nichos que muitas vezes não interagem. Então, é uma oportunidade, mesmo dentro de todas as dificuldades de recursos materiais, logísticos, nós aqui em Minas com o apoio da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação, da CNC, da Fecomércio, nós criamos esse circuito, vamos dizer assim, que é o encontro da hotelaria nesses últimos anos…
DIÁRIO – Por que Araxá?
Porque o encontro vai a cidades que são referências do Turismo de negócios, do Turismo de lazer, do Turismo religioso, do Turismo de Aventura, enfim do Turismo. E Araxá não poderia ficar fora desse circuito e eu sabia que mais cedo ou mais tarde eu chegaria aqui. É uma questão de oportunidade por toda essa riqueza que essa cidade tem como patrimônio natural. Eu aproveito para convidar todo hoteleiro a conhecer dois hotéis no Brasil, pelo menos esse é o meu gosto ou minha opinião pessoal, você tem que conhecer o Copacabana Palace um dia na sua vida e tem que conhecer o Grande Hotel de Araxá. Não só pela história e pela contextualização, mas por esse patrimônio que os nossos antepassados nos deixaram e que nós temos que continuar a perpetuar.
DIÁRIO – Araxá superou as expectativas?
Sim, tivemos mais de 250 inscrições antecipadas e hoje em torno de duzentas pessoas estão aqui.
DIÁRIO – A presença virtual do governador, mostrou força ao evento, foi muito importante…
Por uma questão de agenda do governador que é sempre muito intensa, faltou muito pouco para ele estar aqui. Mas uma coisa é importante, hoje o governador sabe que o encontro da hotelaria existe e que foi realizada na cidade natal dele. Só isso já é para nós uma grande referência, sem contar a presença do prefeito, do presidente da Câmara, das sub-secretárias de turismo e desenvolvimento econômico. No caso do Turismo, minha amiga Patrícia Moreira, que enaltece e reconhece a importância não do evento em si, mas a importância do setor hoteleiro. A estrela não é o evento e sim os visitantes.
Faltou muito pouco para o governador Romeu Zema estar aqui. Mas uma coisa é importante, hoje o governador sabe que o encontro da hotelaria existe e que foi realizada na cidade natal dele. Só isso já é para nós uma grande referência
DIÁRIO – Este é um evento anual… quando terminar vocês começam a programação do próximo?
Eu gostaria de ser tão eficiente como a Liga de Carnaval do Rio de Janeiro que já começa o carnaval do ano seguinte na quarta-feira de cinza. Eu não tenho ainda essa eficiência. Acontece o seguinte, cada edição realizada no interior de Minas Gerais, das 15 cidades visitadas foi tudo uma confluência de fatores que não passa necessariamente pela minha vontade, foi um movimento que ocorreu com os parceiros locais, ou com a prefeitura, ou com o sindicato de hotéis e bares e restaurantes da cidade, ou com o Sindicato do Comércio, ou com uma associação comercial. Enfim, nós envolvemos tantos parceiros que fica muito fácil fazer um evento porque esses parceiros estratégicos são essas instituições, prefeituras, secretarias, o comércio local, os parceiros locais, os parceiros nacionais isso tudo facilita a execução do trabalho. Mas se você me perguntar qual é a cidade do ano que vem? eu não sei, eu estou esperando as coisas acontecerem. Posso afirmar que não fui atrás de nenhuma cidade até hoje, as cidades que vieram até nós, dentro de uma circunstância de oportunidades.
DIÁRIO – Um evento como esse tem muitos parceiros e toda a parceria parece que não tem custo, mas tem. Você consegue adiantar quanto custa um evento como esse considerando essas parcerias?
Não é muito caro, mas também não é barato, eu não vou te falar números absolutos, não porque eu não queira falar, não é isso, mas é para resguardar algumas parcerias, mas o fato é o seguinte; ele seria muito mais caro, se eu não conseguisse construir as parcerias locais.
DIÁRIO – Quantos hotéis são parceiros?
Araxá hoje tem em torno de 20 hotéis. Mas por exemplo, as diárias dos palestrantes, dos convidados e dos jornalistas, a hotelaria nos concede e isso faz com que o nosso custo diminua. A parceria com o comércio local, com artesanato local, com as empresas locais, isso facilita. Tem uma série de circunstâncias que tornam o evento muito mais barato do que ele é na ponta da caneta, mas ele é um evento que é feito com recursos próprios da Federação e com o apoio da CNC. Não seria possível fazê-lo dentro dessa gratuidade que você está vivenciando se não fosse os recursos próprios, senão ele teria que ser um evento pago.
A parceria com o comércio local, com o artesanato local, com as empresas locais, isso facilita. Tem uma série de circunstâncias que tornam o evento muito mais barato do que ele é na ponta da caneta, mas ele é um evento que é feito com recursos próprios da Federação e com o apoio da CNC.
DIÁRIO – Gasta-se também energia mental, física, que não é mensurável…
É tudo fruto de construção de valor, de parcerias e de confiança. É a primeira vez que vocês estão vindo pessoalmente, mas vocês já tinham conhecimento do evento. E sabe por quê? Porque tínhamos parceiros na imprensa que estão conosco há muito tempo. Empresas como a Harus, a Saga, a Rentv que estão desde o início participando, nos apoiando e isso facilita, é confiança. E quando você constrói uma rede de confiança, uma rede de interesse comum, fica mais fácil. É difícil, dá trabalho, mas ao mesmo tempo seria muito mais trabalhoso se fosse meramente comercial.
DIÁRIO – Vem ao encontro dessas questões quase que místicas de Minas Gerais, né? O encanto de Minas, o mineiro, o encontro da prosa, não tanto a coisa corporativa em si, não que não seja corporativo, mas é um encontro, são pontes de relacionamento…
É isso mesmo. Eu não vejo ele como um evento comercial, ele é um evento de relacionamento e de valorização da hotelaria em especial da hotelaria mineira.
Encontro da Hotelaria por DIÁRIO DO TURISMO
*O jornalista Paulo Atzingen viajou convidado pela FBHA – MG
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