Três entidades do Rio de Janeiro, HotéisRIO, Rio CVB e Fecomércio RJ – diretamente ligadas à economia das viagens, do turismo e da hotelaria, se manifestaram nesta sexta-feira (11) a respeito do pedido de devolução do aeroporto internacional Tom Jobim pela Changi, empresa de Cingapura que controla a concessionaria que administra o Aeroporto Internacional do Galeão.
REDAÇÃO DO DIÁRIO
A principal justificativa da concessionária são os impactos da crise da economia e da Covid-19 sobre o setor de aviação. O DIÁRIO apresenta aqui três depoimentos dos respectivos presidentes: Alfredo Lopes, presidente do HotéisRio; Carlos Werneck, presidente-executivo do Rio CVB e Delmo Pinho, assessor da presidência da Fecomércio RJ; confira:
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HotéisRIO
“A saída da Changi, maior operadora do mundo no setor de aeroportos, do Galeão é muito ruim para o Brasil, pois causa insegurança jurídica e demonstra total despreparo no trato com investidores em nosso país.
Agora, obviamente a oportunidade de fazer a concessão conjunta dos aeroportos Galeão e Santos Dumont torna a situação muito melhor para o Rio de Janeiro porque torna os 2 equipamentos complementares.
Precisamos acompanhar o processo porque nada pode ser feito de forma tão açodada. A empresa anunciou que ia sair ontem, e ontem mesmo o ministro achou que tudo estava ótimo e que faria a concessão dos dois aeroportos. Talvez tivesse sido melhor ter tentado fazer um acordo com a Changi antes dela sair, para que operasse os dois aeroportos de forma conjunta. Seria muito mais lógico”. – presidente do HotéisRIO, Alfredo Lopes.
Rio Convention & Visitors Bureau (Rio CVB)
“O Rio Convention & Visitors Bureau (Rio CVB) lamenta a decisão da concessionária RIOgaleão de devolver a administração do aeroporto. Desde 2014, a companhia vem prestando um serviço de qualidade para viajantes e implementando melhorias significativas no aeroporto Tom Jobim. Além disso, a concessionária é um importante associado do Rio CVB que vinha trabalhando em conjunto na captação de eventos internacionais e na promoção da cidade como um destino tanto para o turismo de lazer quanto para o de negócios.
Apesar disso, a proposta de licitação conjunta do Galeão e do Santos Dumont pode ser a solução para o impasse recente envolvendo a concessão do aeroporto no Centro do Rio. O modelo que havia sido proposto pelo governo federal, prevendo a expansão do número de voos no Santos Dumont, geraria uma disputa predatória com o aeroporto internacional, prejudicando a malha aérea do principal destino turístico do país.
Portanto, a realização da licitação dos dois aeroportos em bloco deve garantir que os terminais funcionem de forma complementar, gerando um equilíbrio nas operações. Desta forma, o Rio Convention Bureau torce para que esta situação seja resolvida o quanto antes para evitar prejuízos não só para o turista mas também para a economia do Rio de Janeiro. – presidente-executivo do Rio CVB, Carlos Werneck.
Fecomércio RJ
“Evidentemente um bom concessionário desistir de uma concessão é sempre uma perda, e no caso o controlador do Galeão é o Aeroporto de Changui, de Singapura, considerado o melhor concessionário aeroportuário do mundo, segundo os usuários. Todavia, uma vez já definida e aceita a devolução, abrem-se novas e excelentes perspectivas para a concessão conjunta Galeão e Santos Dumont. Os problemas de desbalanceamento e competição predatória entre os dois ativos não vão mais existir, visto que o concessionário vai tentar extrair o máximo resultado da cooperação operacional entre os dois. Assim, é plenamente viável que a nova modelagem, discussões etc vão resultar num leilão bastante competitivo dos dois ativos, num só negócio, no segundo semestre de 2023. Agora, o Rio de Janeiro vai ser de fato um competidor de peso apreciável no cenário aeroportuário nacional, o que permite antever em futuro próximo um retorno de muitas linhas e frequências aéreas ao mercado do Rio. Para tal, é fundamental que haja uma cláusula de barreira em participantes na licitação, de forma que os hubs concorrentes do Rio não possam participar, e se evite a formação de um monopólio privado, que prejudique a concorrência e os usuários. Neste novo momento são excelentes as perspectivas do Rio voltar a ser um player de primeira grandeza no cenário da aviação civil no Brasil”, Delmo Pinho, Assessor da Presidência da Fecomércio RJ e Ex Secretário Estadual de Transportes.