Redação do DT
José Ozanir completou 32 anos em hotelaria em 2015. Formado em Administração de Empresas e Administração Hoteleira iniciou sua carreira no Nordeste do Brasil na rede Accor, grupo hoteleiro em que atuou durante 18 anos. Após gerenciar inúmeros hotéis do grupo francês e passar por empreendimentos como o Serrano em Gramado (RS) e Beach Class Resort em Porto de Galinhas (PE), foi convidado pelo presidente do grupo Bourbon, Alceu Vezozzo Filho, a ser diretor de operações da rede paranaense.
Em entrevista exclusiva ao DIÁRIO, o vice-presidente de operações da Rede Bourbon, José Ozanir fala sobre como conciliar suas atividades de executivo à frente das operações de 14 unidades da Rede, explicando a ginástica que é preciso ser feita para manter um padrão homogêneo em todos os hotéis, considerando suas diferenças geográficas, formação de pessoal, entre outros aspectos e fala também sobre a operação da nova bandeira Rio Hotel By Bourbon.
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Ozanir deverá se dedicar exclusivamente à vice-presidência de operações da rede a partir de janeiro deixando a gerência geral do Bourbon Atibaia. Acompanhe abaixo, a entrevista:
DIÁRIO – Como manter esse padrão homogêneo da Bourbon considerando diferenças geográficas, fornecimento de matéria-prima, insumos, origem e formação de pessoal e outros aspectos?
JOSÉ OZANIR – Não é nada fácil conviver com as diferenças de região e até de país, como temos na Argentina e no Paraguai (e pode ser que surjam (hotéis da rede) em outros países). Para conviver, nós temos que ter na nossa cultura uma filosofia de trabalho pautada em padrões. Definimos os padrões de todos os serviços hoteleiros. Como se faz a entrega de um prato, garçom, manobrista, camareira, todos os detalhes. O marketing, inclusive, faz cerca de 90% deste trabalho e nós apenas homologamos e contribuímos para o que foge da técnica de marketing. Temos os nossos manuais de produto e procedimentos. Temos também as nossas responsabilidades definidas para cada função, descrição de atribuições e responsabilidades, definindo anualmente um planejamento de treinamento para que esse padrão seja repassado. Temos funcionários que são “repassadores” destes procedimentos.
DIÁRIO – A rede Bourbon oferece treinamento especializado?
JOSÉ OZANIR – O próprio hotel é uma escola e, além disso, temos a Escola Bourbon de Hotelaria, que está ligada ao corporativo junto com a área de Recursos Humanos e interage com as outras áreas para fazer as reciclagens de padrões e procedimentos que são feitas ano após ano.
Como administramos as peculiaridades de cada região? Temos um trabalho de entender como é a cultura daquela praça e adaptarmos as informações dadas às equipes para aquela região. O cardápio do restaurante de funcionários, por exemplo, temos que adaptar a nossa realidade Bourbon para a cultura gastronômica da região. Não podemos chegar no Paraguai, por exemplo, e colocar feijoada no refeitório. A insatisfação em um restaurante de funcionários, por exemplo, gera uma série de problemas de produtividade. Temos que nos preocupar com isso. O RH tem que fazer anualmente pesquisa de clima organizacional para descobrir onde tem algum desvio para fazermos as correções.
O RH tem que fazer anualmente pesquisa de clima organizacional para descobrir onde tem algum desvio para fazermos as correções
DIÁRIO: E os equipamentos?
JOSÉ OZANIR- Nossa manutenção patrimonial é seguida á risca, é praticamente uma religião. Se você entrar em qualquer prédio da Bourbon, perceberá que a manutenção preventiva e a corretiva é feita de imediato. Se estou caminhando no corredor e vejo uma parede riscada, já faço uma foto e mando para o departamento. Isso é comum. É imediato.
Temos também a manutenção preventiva de equipamentos e insumos. Isso vem de anos, como uma obrigação. É comum termos muitos equipamentos de reserva, para o caso de o hóspede chegar e encontrar algo que não está funcionando e nós podemos repor um novo no lugar. Isso faz com que tenhamos esse reconhecimento, apesar de sermos uma empresa pequena, com 14 hotéis no mercado, somos respeitados, inclusive por parte dos nossos concorrentes, que reconhecem o padrão Bourbon de qualidade muito nivelado e elevado.
DIÁRIO: Vocês querem entregar 11 novos hotéis Rio by Bourbon nos próximos anos. Como será a operação desta nova bandeira?
JOSÉOZANIR – A previsão são 11 hotéis, projetos que já foram contratados. No ano que vem serão três unidades inauguradas com a possibilidade de conversão, hotéis já em operação, que sofrerão as modificações necessárias. Ao longo dos próximos três anos, 2016, 2017, 2018, a previsão é chegar aos 11. Uma faixa de três a quatro por ano.
Como vamos operar? Na verdade os Rio By Bourbon são classificados como midscale, com serviços reduzidos. Vamos competir com os hotéis dessa classe.
Entretanto, este produto está desenhado com uma metragem básica de 21 a 23 metros quadrados (menor que os midscales tradicionais e conhecidos), um banheiro privativo muito confortável, uma cama espaçosa com área para deslocamento e muita tecnologia, como por exemplo, central de aspiração e controle de som ambiente, entre outros…
Além disso, o preço é um outro ingrediente que vai nos colocar competitivos nessa faixa de hotel. Se todo mundo é muito competitivo, como faremos a diferença? Temos que olhar para os lados, sim, mas não basta. Não temos que aplicar o preço do vizinho. O nosso produto nos permitirá, ter um preço menor mesmo oferecendo tanto ou mais.;
Em suma, o Rio Hotel By Bourbon é um produto diferente no mercado, com tecnologia de ponta instalada, o que permitirá mais rapidez na entrega das demandas, o que nos coloca no mercado midscale para competir de igual para igual com os hotéis da mesma categoria.