A Euro Atlantic Airways , fundada há 26 anos por Tomaz Metello, esteve representada na última Expo Abav realizada em São Paulo em setembro, por seu CEO, Eugénio Fernandes e por seu diretor de relações exteriores, Caetano Pestana. Os executivos adiantaram ao DIÁRIO o funcionamento e os entraves (que ainda existem no Brasil) de uma empresa que trabalha com o aluguel de aeronaves. A Euro Atlantic tem como seu Core business o wet leasing prática muito comum em mercados aéreos mais evoluídos.
REDAÇÃO DO DIÁRIO
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Com alta reputação no mercado aéreo, a Euro Atlantic Airways foi nomeada pela WTA – World Travel Awards – como a “Melhor companhia aérea de fretamento do mundo”, devido à excelência dos serviços prestados. “Cobrimos 83% das rotas aéreas do mundo, ligando 546 aeroportos de 164 países”, afirma Eugênio Fernandes ao DIÁRIO. “Temos uma grande vantagem operacional, já que as grandes companhias precisam de equipamento de espera em caso de avarias na sua frota e utilizam o “back up”. O mesmo ocorre com empresas aérea menores que em caso de uma avaria na sua frota recorre a alguém no mercado que pode oferecer uma aeronave imediatamente”, complementa Fernandes. Abaixo destacamos os principais tópicos da entrevista concedida ao editor do DIÁRIO, jornalista Paulo Atzingen:
Seu fundador
“A empresa foi fundada há 26 anos por Tomaz Metello. Um homem com muita experiência no ramo da aviação, que antes havia trabalhado mais de duas décadas na TAP (Transportes Aéreos Portugueses). Metello decidiu fazer uma companhia de “charters longo curso”, e conseguiu. Tomaz Metello introduziu o conceito euro Atlantic Sport, após um estudo minucioso que apontava não existir aeronaves no mercado europeu que se adequassem aos itinerários dos eventos da FIFA – Federação Internacional de Futebol Associado, UEFA Liga dos Campeões. E assim surgiu a euro Atlantic Sports, voos sob medida para grandes clubes como Sporting Clube de Portugal, Futebol Clube do Porto, Sport Lisboa e Benfica, Sporting Clube de Braga, Barcelona FC, e outros.
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Principal atividade
“Deixamos de fazer a quantidade (de voos) charters como fazíamos no princípio, e hoje alugamos, um negócio que se chama “WET LEASING”, que no fundo é alugar um avião com tripulação para outras companhias aéreas, ou seja, esse é o nosso principal negócio atualmente. Esta visita ao mercado brasileiro e sul-americano não será tratada como uma perspectiva wet leasing porque este mercado ainda não permite este tipo de atividade econômica, mas há a perspectiva de que possamos fazer alguns voos charters para o Brasil. Inclusive, somos a primeira companhia a voar charter de Portugal para o Brasil no ano 2000 por ocasião da comemoração dos 500 anos do Brasil.
Como funciona o wet leasing
“O funcionamento é muito simples, a Euro Atlantic aluga um avião a uma outra companhia, por exemplo, uma LATAM e observamos o valor por hora, que serve pagar o avião, a tripulação, o seguro e a manutenção, todo o resto é a outra companhia quem paga incluindo toda a responsabilidade com o passageiro, etc.
Vantagens
“Antes mesmo de falar das vantagens fiscais, é preciso dizer que o modelo de wet leasing tem uma grande vantagem operacional, porque as grandes companhias não precisam ter equipamento de espera em caso de avarias na sua frota, utilizam o “back up”. Por outro lado, as empresas menores não têm capacidade de ter um avião parado, em caso de uma avaria na sua frota, ou em caso de um incidente, ou em caso de uma manutenção não programada. Ambas, tanto a grande, quanto a pequena, podem recorrer a alguém no mercado e alugar um avião para fazer um só voo e não prejudicar a sua imagem ao deixar o passageiro 12 horas no chão a espera de que o avião seja recuperado.
Termos fiscais
“E tem essa grande vantagem em termos fiscais, depois de firmados os termos dos acordos bilaterais entre os países, mas normalmente o que se cobra é o pagamento líquido a quem aluga, porque como normalmente está (nos acordos bilaterais) não se paga imposto pois ele já ficou retido lá, em Portugal. O wet leasing também oferece benefícios fiscais entre os países.
Mercado Aéreo Brasileiro
“O mercado brasileiro evoluiu, eu diria que tem muito potencial, e acredito que qualquer uma das grandes companhias do mercado brasileiro está muito bem implementada, cada uma com seu estilo diferente. Destaco a AZUL que entrou com um conceito novo, trouxe bases diferentes, mas isso não é fácil, e ela achou seu nicho. O mercado brasileiro tem esse potencial e se houver alguém criativo em encontrar um negócio diferente e não bater de frente com as grandes companhias acredito que “The sky is the limit man” (O céu é o limite do homem!).