A exposição Egito Antigo: do cotidiano à eternidade, que será inaugurada no Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo (CCBB SP) em 19/02, já chega à capital com o aval de público. Na CCBB Rio de Janeiro, onde foi inaugurada há pouco mais de três meses, recebeu 1 milhão de visitantes. O marco foi registrado na tarde de ontem (15) pelo estudante Luanda Santana Costa. Egito Antigo: do cotidiano à eternidade será apresentada também no CCBB Brasília (em junho) e CCBB Belo Horizonte, em setembro.
EDIÇÃO DO DIÁRIO
O curador da exposição, Pieter Tjabbes, atribui o recorde nacional de visitantes do CCBB Rio ao altíssimo nível de qualidade das obras, à expografia envolvente e ao empenho de toda a equipe do CCBB e de produção da Art Unlimited. “Ao fim da exposição, é provável que tenhamos até um recorde internacional”, aposta.
“A combinação de obras fascinantes e uma dose substancial de interação sensibiliza pessoas que ainda não estão habituadas a visitar o CCBB”, explica Pieter. “Também nos alegra muito perceber a participação de visitantes de diferentes níveis socioculturais, sendo que muitas dessas pessoas se mobilizam pela possibilidade de aproximação com as raízes africanas presentes na cultura do Egito Antigo”.
Entendimento qualificado
A mostra reúne 140 peças que têm em comum a relevância para o entendimento da cultura egípcia, que manteve parcialmente os mesmos modelos religiosos, políticos, artísticos e literários por três milênios. Egito Antigo: do cotidiano à eternidade tem patrocínio do Banco do Brasil, BB DTVM, BB Seguros e copatrocínio da Brasilprev. A produção e organização são da Art Unlimited.
Aspectos da historiografia geral do Egito Antigo são apresentados de forma didática e interativa, por meio de esculturas, pinturas, amuletos, objetos cotidianos, um Livro dos Mortos em papiro, objetos litúrgicos e ostracons (fragmento de cerâmica ou pedra usados para escrever mensagens oficiais), além de sarcófagos, múmias de animais e uma múmia humana da 25ª dinastia.
“O principal fulcro é possibilitar a um público muito grande e diverso um entendimento qualificado sobre a cultura egípcia”, explica Pieter Tjabbes, junto com Paolo Marini curador da mostra. “Organizamos as obras em diversos recortes, diferentes instâncias, ultrapassando limites temporais e regionais”, completa. Para o público entender melhor em qual contexto os objetos eram usados, terão aqui em São Paulo uma réplica da tumba de Nefertari e uma pirâmide cenográfica, que ficará na rotunda do CCBB.
Egito Antigo
Por volta de 4000 a.C., os povos do Egito viviam em pequenas unidades políticas, os nomos, e eram governados por nomarcas, que se reuniram em dois reinos, o Baixo Egito, ao norte, e o Alto Egito, ao sul. Reconhecido como berço de umas das primeiras grandes civilizações da Antiguidade, o Egito Antigo se formou a partir da unificação do Alto Egito e Baixo Egito, no reinado de Menés (Narmer, em grego), o primeiro faraó, entre 3.100 a.C. e 3.000 a.C. – e se desenvolveu até 30 a.C., após a derrota de Cleópatra pelo Império Romano, na Batalha de Alexandria.
Foram quase 3.000 anos de relativa estabilidade política, prosperidade econômica e florescimento artístico, alternados por períodos de crises. O legado dessa civilização desperta fascínio até hoje e teve grande influência na moda, no design, na arquitetura e em cultos europeus, como a maçonaria e a Rosa Cruz, sendo que, a partir do século 19, virou mania na Europa (egiptomania).
Muitas das peças de Egito Antigo: do cotidiano à eternidade são resultantes de escavações do século 19 e início do século 20, e todas são oriundas do Museu Egípcio de Turim (Museo Egizio), na Itália. Fundado em 1824 por Carlo Felice di Savoia, rei da Sardenha, o museu italiano reúne a segunda maior coleção egiptológica do mundo (depois do Museu do Cairo), com cerca de 26.500 artefatos do Egito Antigo. Seu acervo é resultado da junção das peças da Casa Savoia (adquiridas desde o século 17) às da coleção que o monarca comprara das escavações de Bernardino Drovetti, cônsul da França no Egito (1820-1829) – e outra parte do acervo foi descoberta pela Missão Arqueológica Italiana (1900-1935), quando ainda era possível a divisão dos achados arqueológicos.
A exibição é dividida em três seções: vida cotidiana, religião e eternidade, que ilustram o laborioso cotidiano das pessoas do vale do Nilo, revelam características do politeísmo egípcio e abordam suas práticas funerárias. Cada seção apresenta um tipo particular de artefato arqueológico, contextualizado por meio de coloração e iluminação projetadas para provocar efeitos perceptuais, simbólicos e evocativos. As cores escolhidas são: amarelo para a seção da vida cotidiana; verde para a religião; azul para as tradições funerárias – associadas a três intensidades da iluminação (brilhante, suave e baixa).
Egito Antigo: do cotidiano à eternidade | Centro Cultural Banco do Brasil
- CCBB São Paulo: 19/02/2020 a 11/05/2020
- CCBB Distrito Federal: 02/06/2020 a 30/08/2020
- CCBB Belo Horizonte: 16/09/2020 a 23/11/2020