Das sobras dos pratos dos portugueses os escravos nas senzalas criaram a feijoada no século 19. Mesma época da construção do palacete que abriga atualmente o Hotel Vila Galé Rio de Janeiro.
Assim, depois da feijoada, os africanos continuaram a consolidar a formação da cultura brasileira no século 20. Os batuques das senzalas, por exemplo, deram origem ao maior ritmo musical associado ao Brasil, o samba.
O hotel localizado na Lapa entendeu tudo isso e reuniu feijoada e samba para celebração pré-carnaval, realizada todos os sábados. Fortalecendo uma roda se samba cheia de significado.
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O Vila Galé Rio de Janeiro foi inaugurado em 2014. O edifício histórico do século 19 já foi o Palacete do Conde Leopoldina, o escocês Henry Baudinel Lowndes, bem como, posteriormente, a residência do Visconde de Moraes. Mais tarde abrigou o Hotel Freitas, o Magnífico Hotel e o Colégio Moderna Associação Brasileira de Ensino.
Percursionista da Vila Isabel
Guido Ventapane, percursionista da Vila Isabel é símbolo de uma família com trajetória no samba. A mãe Analimar cresceu na quadra da Escola de Samba Unidos de Vila Isabel. E foi muito influenciada pelo pai, Martinho, que agregou o da Vila no nome artístico, o Martinho da Vila.
Guido também é diretor de bateria do Chapa Quente, Ritmo Meritiense, Herdeiros da Vila (escola mirim da Unidos da Vila Isabel) e da Unidos da Ponte. Ele começou cedo e com apenas 21 anos consegue coordenar tantas baterias e ainda tocar na escola de samba Vila Isabel, bem como ser integrante da banda do avô. Na roda de samba do último sábado no Vila Galé Rio de Janeiro tocou na bateria do mestre Wallan Amaral. Confira o podcast no fim da reportagem.
Feijoada elaborada e coquetel do mês
Na feijoada do chef manauara Marcos Gomes , com 26 anos de experiência em hotelaria, o feijão vem com pouco sal para harmonizar com as carnes mais salgadas e separadas em panelas diferentes. Ele segue o cardápio do chef executivo, Clodoaldo Ramos, que fica em Fortaleza e é o responsável pelos cardápios dos hotéis no Brasil. Inclusive é quem escolhe o tradicional prato do mês.
No Vila Galé Rio de Janeiro tem também o coquetel do mês. E em janeiro é o Campari Splitz. O Campari foi criado pela Gaspere Campari, que foi proprietária do bar em Novara, no noroeste da Itália em 1860. Entre ervas amargas e aromáticas da bebida vermelha, ganha a doçura de espumante da serra gaúcha e laranja. O resultado é uma combinação em tons alaranjados super refrescante para tempos de calor e folia.
Os bartendes Flávio Barros e Thiago Costa, além de talentosos, dão um show de simpatia e alegria. Afinal, o samba é sinônimo de felicidade. Eles atuam sob o comando do mixologista e barman Nuno Teixeira.
A tradicional caipirinha de limão made in Brazil estava presente na feijoada. Além disso, há opções com vodca e com abacaxi. Aliás, caipirinha vem do termo caipira e a história mais aceita é que o tradicional drinque foi criado em Piracicaba (SP) por volta de 1950. E o nome dado era para se referir a uma cidade interiorana.
A banda Só Damas composta por mulheres cheia de talento e presença de palco, animou o salão do restaurante do hotel, o Massa Fina. No ritmo do samba e pagode tocaram sucessos dos ritmos e MPB.
Adereços carnavalescos
O Vila Galé Rio de Janeiro também trouxe um pouco do figurino de carnaval para os hóspedes e clientes que vão ao hotel só por conta da feijoada aos sábados. Então convidou a designer da Purin Acessórios, Priscila Dias, para expor e vender sua arte e de mais de 10 etnias indígenas diferentes. “O pessoal de uma tribo indígena pediu que eu vendesse seus artesanatos. A notícia se espalhou e hoje vendo produtos de mais de 10 etnias indígenas. Também faço adereços além do carnaval para o Festival de Parintins,” explicou a designer de acessórios.
Feijoada democrática
A feijoada do Vila Galé Rio de Janeiro é democrática e também serve outros pratos. “Tem pessoas que vem apenas acompanhando quem vai comer a feijoada. Por isso temos nossas guarnições. Por exemplo: frango, massa, arroz, legumes,” explica o chef Marcos Gomes.
A feijoada tem as guarnições tradicionais do prato como a couve, farofa, laranja, torresmo, e um bacon cortado em cubos que é um ponto super positivo do buffet. Muito macio e saboroso, é frito só na gordura do porco. As outras carnes da feijoada são cozidas.
O buffet tem também uma vasta opções de sobremesas: pudim, cocada branca, mousses de maracujá e chocolate, doce de leite com coco e frutas da estação.
A feijoada do Vila Galé Rio de Janeiro é servida todos os sábados a partir das 12h30. O valor do show mais o buffet à vontade custa R$ 180.
Foto de Martinho da Vila na parede
Rodrigo Carvalho é o vocalista da banda do mestre Wallan Amaral. Ele explicou que nessa época do ano as escolas de samba e baterias têm muitos shows em todo o Brasil. Já as passistas Cleice Nascimento e Glauce Oliveira foram muito solicitadas para fotos. Todo mundo queria levar para casa um pouco da Cidade Maravilhosa.
Os restaurantes Massa Fina e Versátil do Vila Galé Rio de Janeiro são decorados com fotos de grande cantores e cantoras da música brasileira. Guido Ventapane encontrou a foto do avô Martinho da Vila na parece e pediu que sua foto fosse tirada ali.
Confira o podcast que está no Spotify com Guido Ventapane, percursionista e diretor de algumas baterias de escola de samba:
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