RETRÔ 2018 – Publicado dia 30 de maio
REDAÇÃO DO DIÁRIO
Hoteleiro por formação e ex-presidente da ABIH – Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, Enrico Fermi Torquato Fontes tem grande experiência na atividade hoteleira e isso lhe dá autonomia e segurança para transitar em outras áreas do empreendedorismo. Após arrendar um de seus hotéis, o Natal Praia Hotel, em 2009, Fermi diversificou sua atuação no setor e nos últimos anos tem apostado na administração hoteleira. Ele lançou em outubro do ano passado a empresa administradora Happy Hotéis. O DIÁRIO conversou com Fermi, via whatszap. Confira:
Arrendamento com opção de compra
“Nosso projeto é administrar hotéis do Ceará a Sergipe, explorando a Costa Nordestina com o turismo sol e mar. Isso é o nosso plano de negócio. A primeira unidade que arrendamos é o Happy Hotel Ponta Negra, que era o Royal Praia Hotel, o qual os proprietários são italianos. Fizemos o arrendamento com opção de compra. Esse é a primeira unidade de uma série de tantas outras. Já estamos prospectando hotéis em outros destinos nordestinos como João Pessoa e Fortaleza.
A Happy Hoteis foi idealizada em abril de 2017 e começamos a operar a primeira unidade a Happy Hotel Ponta Negra em outubro do ano passado.
Nosso intuito de montar a Happy foi a partir da fotografia que fizemos da hotelaria brasileira. Veja, 93% da hotelaria são hotéis independentes, e desses, 72% são hotéis de pequeno porte. E, aproveitando essa perspectiva e tendo em vista a dificuldade cada vez maior de um hotel de pequeno porte colocar-se na prateleira do mercado, nós idealizamos a Happy Hotéis.
Volta da pujança
Muito em breve estaremos anunciando novas aquisições para o portfólio. Acreditamos que o momento difícil será superado. Com as eleições e com a escolha de novos nomes com certeza vamos voltar à nossa pujança econômica.
A região nordeste tem o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste.
O Fundo Constitucional foi criado na Constituição de 1988. Para diminuir as diferenças com o sul e sudeste. São verbas acessíveis, juros baixos, mas com um grande empecilho: apesar da alta oferta de recursos exige-se uma garantia de 130% sobre o valor do empréstimo. Um projeto de 10 milhões tem que ter garantia de 13 milhões de garantia. Praticamente inviabiliza grandes empreendimentos de serem executados. Essa linha de crédito oferece 15 anos para pagar, com cinco de carência.
Time Sharing
O brasileiro está começando a assimilar essa modalidade de compra compartilhada. Quem saiu na frente foi o grupo do Rio Quente. O Nordeste não ficou fora, já temos muitos empreendimentos de time-sharing na região.
Perdas na hotelaria
A crise econômica com certeza afetou os investimentos no nordeste na área hoteleira e suas perspectivas. Tivemos um boom econômico entre 2010 e 2014 e 30 milhões de brasileiros passaram a consumir turismo. Existia uma expectativa de mais 50 milhões de brasileiros que saíriam da classe D e entrariam na classe C. Não tivemos essa perspectiva dos novos emergentes e ainda perdemos parte daqueles 30 milhões que tínhamos conquistado, que evidentemente voltaram para a classe D. O turismo do nordeste perdeu muito com a derrocada, tivemos alguns picos, como a Copa do Mundo, alguns investimentos, mas a crise econômica realmente colocou os hotéis do nordeste em dificuldade.
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