Fernando de Noronha realiza o “De Mãos Dadas Por Oceanos sem Plástico”

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De mãos dadas pelos mares: Fernando de Noronha, que foi o primeiro território brasileiro a lançar o Decreto Plástico Zero em vigor desde 2019, reúne representantes dos principais movimentos do Brasil

Na próxima sexta-feira (30), fechando as celebrações do mês do Meio Ambiente e dos  Oceanos e dando as boas vindas ao movimento “Julho Sem Plásticos”, Fernando de Noronha realizará uma grande ação coletiva em prol do Meio Ambiente, dos Mares e da Vida.

O encontro Noronha e Oceanos Sem Plásticos “De Mãos Dadas Por Oceanos sem Plástico reunirá especialistas, ativistas, gestores ambientais, artistas e representantes de entidades ligadas à proteção dos oceanos, além de formadores de opinião para mudar perspectivas sobre o relacionamento da humanidade com os oceanos, alertando e estimulando ações integradas para reverter processos de poluição e degradação.

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O evento, das 15h às 22h, é presencial e será transmitido pela internet pelos canais do Lab no Instagram e Youtube diretamente do Forte Nossa Senhora dos Remédios (Forte Noronha), importante espaço cultural que tem uma das vistas mais deslumbrantes do Arquipélago. A iniciativa é promovida pelo Lab Noronha Pelo Planeta em parceria com o Forte Noronha e a Administração da Ilha.

Fernando de Noronha
O evento terá extensa programação com rodas de conversa, apresentações artísticas e atividades de educação ambiental (foto: Pedro Paulo Linares)

“Este encontro inaugura um conjunto de ações planejadas pelo Lab Noronha, com diversos parceiros, para tornar a ilha um centro de integração e reverberação de movimentos internacionais voltados para soluções sustentáveis e regenerativas. A ideia é desenvolver, com participação ativa da comunidade local, novos modelos econômicos que impulsionem o turismo e outras vocações, e, simultaneamente, protejam o meio ambiente, reduzam desigualdades e fortaleçam a cultura pernambucana”, diz Sérgio Xavier, diretor-executivo do Lab, ex-secretário de meio ambiente e sustentabilidade de Pernambuco.

A ideia é desenvolver, com participação ativa da comunidade local, novos modelos econômicos que impulsionem o turismo e outras vocações

A programação inclui apresentações artísticas, palestras, rodas de conversas, performances, atividades para crianças, lançamento de livros e da exposição fotográfica “Desplastifique!”, exibição de filmes e vídeo-mensagens de lideranças nacionais e internacionais do Meio Ambientes e a feirinha NoronhArte, além de atividades de educação ambiental para os jovens do Arquipélago comandadas pelo Climate Reality e o movimento Xô Plástico.

O encontro tem a missão de alertar sobre a urgência de restringir o plástico, problema grave mundial que está em discussão por 175 países que concordaram desenvolver um tratado global da ONU para redução da poluição plástica a partir de uma articulação iniciada pela França e Brasil.

A ideia é avançar para a circularidade de todos os tipos de resíduos, motivando as indústrias e comércios a agirem pela economia circular, planejando a chegada e o destino final dos principais resíduos. Envolvendo ainda a comunidade local e os jovens no desenvolvimento do programa, identificando também oportunidades de empregos e de negócios para os ilhéus.

Ao final uma ciranda simbolizará a união de forças e ideias retirar os plásticos dos ambientes naturais cantada pelo mestre cirandeiro Anderson Miguel, pernambucano de Nazaré da Mata, junto com o maracatu Nação Noronha e a artista Marina do Mar. Será a primeira vez que o cirandeiro se apresenta em Fernando de Noronha junto com Maracatu Nação Noronha e outros artistas.

Fernando de Noronha
O encontro reunirá ativistas, especialistas, gestores ambientais e formadores de opinião no Forte Noronha. (foto: divulgação)
 Vozes unidas em alerta

Os oceanos abrigam 97% da água do planeta, reúnem a maior diversidade de espécies existentes na Terra e são importantíssimos para o equilíbrio climático e para a manutenção da vida no presente e no futuro. No entanto, toda essa diversidade está correndo risco pelo impacto das ações humanas. Todos os dias cerca de oito milhões de toneladas de plásticos chegam aos mares. Milhões de aves e animais marinhos morrem todos os anos por causa da poluição plástica.

“Vozes potentes estão se conectando ao movimento ‘De Mãos Dadas Pelos Oceanos Sem Plástico’ e estarão presentes nessa Ciranda pela vida e por uma economia lixo zero”, destaca a curadora do evento e diretora Sociocultural do Lab Noronha Pelo Planeta, em implantação na ilha, Luciana Nunes.

É a primeira vez que Noronha reúne representantes dos principais movimentos de defesa do Oceano em um único evento. Estarão presentes representações da ONU (PNUMA-online), Oceana (online), Tamar, Golfinho Rotador, Mamíferos Aquáticos e movimento Xô Plástico, além de outras instituições de referências em defesa dos Oceanos, estão sendo confirmadas.

Também estão previstas a participação da Administradora Thallyta Figuerôa; da secretária estadual de Meio Ambiente, Ana Luiza Ferreira, e representantes do Ministério do Meio Ambiente e ICMBio que vão destacar políticas públicas para redução de plásticos e proteção ambiental.

Segundo a administradora Thallyta Figueirôa, a conservação da biodiversidade está dentro da agenda prioritária de ações ambientais de Pernambuco.

“Noronha abriga uma rica biodiversidade marinha e isso nos traz uma grande responsabilidade. Desde 2019, o Programa Noronha Plástico Zero proíbe a entrada de plásticos descartáveis no arquipélago, a ação desempenha um papel primordial para a manutenção da biodiversidade marinha local, pois a redução do consumo desse material minimiza também a geração de resíduos plásticos, que são uma grande ameaça à segurança e vida dos animais marinhos. Diariamente buscamos maneiras de engajar os turistas e moradores nessa corrente do bem em prol dos oceanos.”

Entre os palestrantes já está confirmada Ana Prates, diretora de Oceanos do Ministério do Meio Ambiente para falar sobre a questão do Tratado Global dos Plásticos.

Poluição

Segundo dados do WWF, o Brasil é o 4º país do mundo que mais gera lixo plástico. No mundo, estima-se que os detritos causem a morte de mais de um milhão de aves marinhas e mais de cem mil mamíferos marinhos todos os anos. A pesca também sofre com o plástico, pois um a cada três peixes capturados para consumo humano contém plástico. Além disso, mais de um milhão de sacolas plásticas vão para o lixo a cada minuto. Para se ter uma ideia do tamanho do estrago, basta dizer que o mundo produz 35 mil torres Eiffel de lixo plástico por ano e essa quantidade deverá duplicar até 2060 se o modelo e ritmo de consumo seguir como hoje.

Plástico Zero

Fernando de Noronha foi o primeiro território brasileiro a lançar o Decreto Plástico Zero, que entrou em vigor em abril de 2019. A medida impede o uso e a comercialização de recipientes, embalagens e demais utensílios de plástico descartável de uso único.


EDIÇÃO DIÁRIO com agências

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