Festas de pura brasilidade
Por Andréa Nakane* –
Festas de pura brasilidade – Junho já está terminando… mas o ritmo da cultura popular figurado pelas festividades que dominam o período demonstra o vigor e pujança das tradições que unem uma espiral de atributos, que incluem música, dança, culinária, crendices, religiosidade e por incrível que possa parecer, pura felicidade.
Sim, as festividades desde os tempos da idade antiga, com seu caráter de ludicidade, evocam uma espécie de válvula de escape, tão necessária para o bem estar psíquico do ser humano, ativador da felicidade, que, transitória, restabelece uma nova conexão para enfrentar a aridez do cotidiano social.
Em um momento tão delicado que o país atravessa, diferentemente, do alarde contrário que algumas pessoas fazem, as festas populares, típicas do mês junho, trazem não só uma espécie de alento e de pura recordação das histórias de nossas raízes, mas colabora, e muito, com a movimentação da cadeia produtiva da economia de diversas localidades.
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São inúmeros os empregos diretos e indiretos, que abastecem de fartura a mesa de muitas famílias por meses, muito além do inverno.
Infelizmente, a promoção turística realizada por órgãos públicos teima em despertar a atenção das pessoas, possíveis turistas, para esse rico e experiencial momento, muito próximo as datas de sua realização, o que acaba dificultando o planejamento para a aquisição de pacotes para essa vivência. Por isso, urgentemente, é preciso rever esse planejamento retardado, pois há um potencial exponencialmente estratosférico a ser trabalhado e que está subaproveitado.
Sejam as maiores festas juninas em homenagens aos santos católicos, em Campina Grande ( PB) ou Caruaru (PE), ou até mesmo as mais simples quermesses realizadas nas igrejas do sertão nordestino ou nas localidades ribeirinhas do vale do São Francisco, os valores, tanto financeiros quanto emocionais, podem chegar até mesmo a ser imensuráveis, tamanho é seu espetáculo, considerado como a segunda maior festa popular do Brasil, apenas atrás do Carnaval.
E como esquecer da belíssima Festa Folclórica de Parintins, no Amazonas? Um espetáculo que pouco a pouco vem conquistando a atenção dos brasileiros, além da região Norte, justamente pela magnânima criatividade, referendada por um patrimônio genuinamente tupiniquim e que nos remete a força de nossa nação, em fazer acontecer, algo fenomenal.
É de ficar sem fôlego e boquiaberto, sem saber para que lado pender… o azul (Boi Caprichoso) … ou o vermelho (Boi Garantido). Dá vontade de fundi-los, independentemente da rivalidade, para ambos consagrarem-se vitoriosos em cada edição.
E lá do Maranhão, os festejos estão ligados a outra tradição peculiar, também, do Boi Bumbá. Só em São Luís são mais de cem grupos dedicados a sua continuidade e missão de manter viva sua história.
Cada uma dessas festividades com suas particularidades, ou seja, uma identidade própria de se expressar por meio das alegres vestimentas, das deliciosa iguarias extraída de ingredientes da terra verde e amarela, da coreografia marcada, dos instrumentos e da cadência da música que empolga qualquer um, com ou sem gingado, carga um pouco de nossas referências e nos faz deixar que um sorriso se apodere de nossos lábios, explodindo de felicidade nosso coração e transbordando nossa alma com a leveza e foco de seguir em frente.
Não é à toa que as festas começaram a invadir outros meses… e dá-lhe então as Festas “Julinas”, “Agostinas”, “Setembrinas”… enfim… que venha a felicidade, mesmo que transitória, no ritmo que não nos faça esquecer de nossa grandeza, nobreza e riqueza extraordinária, se não material, imaterial!
O povo precisa disso… o povo merece isso!
