A 53ª edição do Festival de Cinema de Gramado, realizada na noite de quarta-feira (20), foi marcada por uma cerimônia de reconhecimento a dois personagens fundamentais da história do evento: Enoir Zorzanello e Romeu Dutra, ambos falecidos em 2025.
REDAÇÃO DO DIÁRIO – com agências
As homenagens reuniram familiares, amigos e autoridades que destacaram a contribuição dos dois gramadenses para a consolidação do festival, bem como para o fortalecimento do turismo e da cultura da cidade.
Tributo a Romeu Dutra
O vice-prefeito de Gramado, Luia Barbacovi, entregou a homenagem às sobrinhas Talita Dutra Cavalin e Micheli Dutra. Dutra foi um dos criadores do Festival de Cinema de Gramado e o primeiro secretário de Turismo do município. Foi também responsável por tornar o Kikito o prêmio oficial da mostra, transformando-o em um dos maiores símbolos do cinema brasileiro.
“Romeu foi até a Embrafilme, no Rio de Janeiro, buscar apoio para o evento. Era presença fiel em todas as edições”, relembrou Barbacovi. “Este gesto é um agradecimento, não só dos gramadenses, mas de todos que amam a cultura, a arte e o cinema brasileiro”, completou.
Após sua atuação na Secretaria de Turismo, Romeu Dutra assumiu a presidência da Companhia Riograndense de Turismo (CRTUR) e foi diretor da Embratur, à época com sede no Rio de Janeiro.
Legado de Enoir Zorzanello
A homenagem a Enoir Zorzanello foi entregue pela presidente da Gramadotur, Rosa Helena Volk, ao filho Eduardo e aos netos Maria Eduarda, Vicente e Clara.
Zorzanello foi vereador, vice-prefeito e empresário do setor turístico. Com formação em Administração de Empresas, liderou o Hotel Serrano (hoje Wish Serrano Resort), criou a TecnoHotel e dirigiu a agência Terra Turismo. Foi também um dos grandes entusiastas do festival, tendo presidido sua organização por anos, além de idealizar o Gramado Cine Vídeo, que ampliou a projeção da cidade no cenário audiovisual nacional.
“O Enoir dedicou muitos anos da sua vida ao Festival de Cinema e somos muito agradecidos por isso”, afirmou Rosa Helena Volk. “Se hoje o Festival de Cinema de Gramado é reconhecido nacional e internacionalmente, é porque pessoas como ele se dedicaram de forma incansável”, acrescentou.
Emocionado, Eduardo Zorzanello destacou a paixão do pai pela sétima arte: “Ele vivia intensamente o Festival. Adorava uma poltrona, fosse em casa ou no cinema, sempre pronto para assistir a um filme. Foi mais que presidente do festival, foi um grande curador, alguém que entendia profundamente de cinema”.
Eduardo também lembrou da mãe, Silvia Zorzanello — fundadora do Festuris e falecida em 2010 — que foi a primeira mestre de cerimônias do Festival de Cinema de Gramado.