RETRÔ 2018 – Publicado dia 26 de abril
Com um cenário econômico confuso e situação política indefinida painel foi ponto alto do Fórum
Por Paulo Atzingen*
Um debate de alto nível que uniu dois especialistas em suas respectivas áreas; o economista Fábio Silveira mestre em economia pela universidade de Grenoble (França), e a tarimbada jornalista Cida Damasco, especialista em economia política. O debate foi o ponto alto do 1º Fórum Brasileiro de Hotéis Independentes 2018, realizado pela Rede Nobile de Hotéis, nesta quinta-feira (26) em São Paulo.
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Mediado por Rafael Guaspari, diretor do grupo Nobile, o economista Fábio muniu-se de dados do Banco Central, IBGE e Fundação Getúlio Vargas (FGV) para afirmar :
“O risco-país teve queda acentuada e o setor externo do Brasil apresenta excelente desempenho. O saldo de exportações em 2017 foi de R$ 67 bilhões e em 2018 a estimativa é de R$ 60 bilhões”, afirmou.
Segundo o economista, a avaliação do Brasil pelos investidores internacionais tem sido positiva. Ele mostrou um gráfico com dois picos negativos: o primeiro com a crise financeira americana em 2009 e o impeachment da ex-presidente Dilma em 2016, em ambos, a confiança no país apresentou índices negativos e retração nos Investimentos. “Na avaliação dos globais o Brasil está apresentando, hoje, riscos relativamente baixos”, afirmou.
Bancos
Essa afirmação positiva de Fábio foi acrescida de outros dados estimulantes, entre eles, a taxa de câmbio e taxas de juros. “Os juros básicos caíram, no entanto ainda é preciso que o juro real, do dia-a-dia caia também”. E nesse momento o economista colocou o dedo em uma questão pouco discutida no país: a posição confortável dos bancos, praticamente intocáveis. “É preciso uma reforma no modelo de investimento do país e isso passa por um mercado muito concentrado”. Segundo o economista o mercado precisa de mais concorrência nas áreas de crédito e cheque pessoal para que os juros caiam”, afirmou. “É claro que é preciso também que se efetive a reforma tributária”, contemporizou.
Fábio ainda enumerou uma série de aspectos positivos, entre eles a produção industrial que deverá ter um crescimento de 4,0% em 2018 e a própria inadimplência de crédito pessoal e jurídica que está em declínio.
Ao final, Silveira lembrou dos imbróglios nacionais difíceis de serem resolvidos: “o deficit primário segue gigantesco, o desequilíbrio fiscal é gritante”, e emendou. “Tudo vai depender, no entanto do quadro político que se avizinha”.
Temporada de furacões
Cida Damasco apresentou um quadro político pré-eleitoral dividido em três chaves; os da esquerda; os dos governantes e os do Centro. Segundo a jornalista a questão econômica passa pelas seguintes perguntas de um milhão de dólares: “quem vai ganhar as eleições de outubro? Quem serão os candidatos?
Com todas essas pedras ainda sendo movidas no tabuleiro eleitoral o futuro do país, segundo Cida Damasco, permanece indefinido.
E acrescentou, fazendo coro com os economistas:”cautela, principalmente para investimentos “.
*Paulo Atzingen é jornalista