O furacão Ian atingiu a costa do Golfo da Flórida com força catastrófica nesta quarta-feira (28), desencadeando ventos ensurdecedores, chuvas torrenciais e uma maré oceânica traiçoeira que a tornou uma das tempestades mais poderosas dos EUA nos últimos anos.
Cerca de 90 minutos depois, o NHC (The National Hurricane Center) informou que Ian havia se mudado para o continente da Flórida ao sul da cidade portuária de Punta Gorda, com ventos ligeiramente diminuídos que sopravam a 145 mph.
O governador Ron DeSantis disse que Ian havia gerado tempestades com risco de vida – ondas de inundações de água do mar impulsionadas pelo vento ao longo da costa – de até 3,7 metros em alguns lugares. Os meteorologistas também alertaram para tempestades intensas e possíveis tornados, com até 2 pés de chuva esperados em partes do centro da Flórida à medida que a tempestade se movia mais para o interior.
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“Esta é uma tempestade que falaremos por muitos anos, um evento histórico”, disse Ken Graham, diretor do Serviço Nacional de Meteorologia.
A região ao redor do landfall (evento de uma tempestade movendo-se sobre a terra depois de passar sobre a água) abriga quilômetros de praias arenosas, dezenas de hotéis de resorts e inúmeros parques domésticos móveis, um dos favoritos dos aposentados e turistas. Mas a tempestade logo transformou cidades costeiras idílicas em zonas de desastre.
A cidade de Fort Myers Beach estava quase submersa por águas inundadas, e as ruínas das casas podiam ser vistas flutuando rio abaixo, juntamente com carros.
Uma vista da Ilha Sanibel postada no Twitter mostrou o oceano correndo sobre um paredão e jorrando na piscina de um hotel resort. Outro vídeo da ilha mostrou estradas inundadas pela onda de tempestade, subindo até o topo das placas de rua, com palmeiras dobradas de lado em meio a uma torrente de chuva e vento quase ofuscante enquanto ondas caíam em uma praia em uma estrada.
O NHC disse que os ventos com força de furacão se estenderiam para fora até 75 km do centro de Ian, com ventos com força de tempestade tropical chegando até 280 km de distância.
PARA FICAR OU IR
Mesmo quando Ian atacou a Costa do Golfo da Flórida com ventos fortes e chuvas torrenciais nas últimas horas antes de desembarcar, as autoridades alertaram os moradores que era tarde demais para quem ainda não tinha evacuado para fazê-lo com segurança.
No início desta semana, as autoridades disseram a mais de 2,5 milhões de moradores para evacuarem.
As mudanças climáticas estão deixando os furacões mais úmidos, ventosos e mais intensos. Também há evidências de que isso está fazendo com que tempestades viajem mais lentamente, o que significa que podem despejar mais água em um só lugar, dizem os cientistas.
“A rápida intensificação do furacão Ian pode ser outro exemplo de como um planeta em aquecimento está mudando os furacões”, disse Kait Parker, meteorologista e cientista climático do weather.com da IBM. “Pesquisas mostram que estamos vendo isso com muito mais frequência do que em décadas passadas.” (Reuters com EDIÇÃO DO DIÁRIO)
