Série do DIÁRIO sobre as Montanhas Capixabas mostra circuito de cervejas artesanais e pratos com influências italianas
Por Bruno Almeida (especial para o DT)*
Apesar da gastronomia das Montanhas Capixabas também incluir o uso de elementos comumente associados ao Espírito Santo, como os peixes, ela se destaca pela variedade de opções menos óbvias para aqueles ainda não acostumados a frequentar atrativos turísticos do estado. Ainda que seja possível encontrar as famosas moquecas em vários estabelecimentos, o que predomina nesses municípios são as variadas cervejarias e os pratos com influência italiana.
Veja também as mais lidas do DT
Nesta reportagem da série do DIÁRIO sobre a região das Montanhas Capixabas, você confere dicas de dar água na boca de viajantes que priorizam roteiros pautados por boas comidas e bebidas.
A cerca de 45 quilômetros de Vitória, a capital do estado, Domingos Martins, o maior dos dez municípios que compõem a região, tem a Rota dos Ipês como um dos pontos mais de gastronomia mais charmosos.
A Cervejaria Azzura possui a experiência de harmonização de cervejas e traz, como um dos destaques, o bolinho de tilápia, com sour cream. O petisco é melhor servido com uma witbier, cerveja que a Azzura produz com uma semente coentro, o que remete aos sabores do estado, tradicionalmente associado ao consumo de peixe.
O secretário de turismo do estado, Philipe Lemos, destaca o roteiro surpreendente oferecido na região das Montanhas para quem busca boas opções para o paladar, além das cervejas variadas.
“Tem o circuito de cervejarias para quem gosta, para quem aprecia. Destaco o circuito gastronômico, que tem opções muito legais, como no distrito de Pedra Azul e no centro de Domingos Martins”, diz.
Pedra Azul
Na outra ponta de Domingos Martins, há mais um polo gastronômico importante para a região. Para ir do centro ao distrito da Pedra Azul, é preciso passar por uma rodovia que cruza a cidade vizinha de Marechal Floriano. No caminho, é possível ver cachoeira e a fábrica de garrafas de água mineral Pedra Azul, a maior do Espírito Santo e uma das mais importantes do país.
Quem vai fazer a trilha da Pedra Azul acaba passando pela Rota do Lagarto, outro caminho marcado por diversas opções de restaurantes, cervejarias artesanais e cafeterias. Além de ter uma bela vista para a Pedra, um dos símbolos das Montanhas, o agradável trecho conhecido como Quadrado São Paulinho concentra vários estabelecimentos que vão desde cafés ideais para ir durante um final de tarde, até outros restaurantes mais agitados, com música ao vivo.
Entre os locais mais concorridos da Rota do Lagarto estão o Lago Negro, de culinária contemporânea, o italiano Don Due, e a Casa Chef Ari. Nascido em Cariri, na Paraíba, Ari Cardoso passou a maior parte da vida em Recife, Pernambuco. Há 14 anos, vive no Espírito Santo e traz em seu cardápio uma mistura da culinária do estado com suas raízes nordestinas.
Os fartos pratos servidos no local são feitos por ele próprio, um por um. “Quem está com pressa, pode ir embora”, brinca o chef enquanto explica o cardápio.
Tradições
Entre as tradições locais, o uso da polenta é quase unânime nos restaurantes e é tema de uma grande festa popular que acontece em outubro. Em 2024, a Festa da Polenta chega a sua 46ª edição.
Outra tradição é o socol, espécie de embutido de porco, feito de lombo, que é curtido e defumado e partido em pequenas tiras. O socol, herança italiana, costuma harmozinar bem com limão, cachaça e geleias.
*O DIÁRIO DO TURISMO viajou convidado pelo Montanhas Capixabas Convention e Visitors Bureau e pela Secretaria de Turismo do Estado do Espírito Santo