Apesar da crise fiscal, outros R$ 829 milhões estão previstos na proposta orçamentária do governo para 2018.
VALOR ECONÔMICO
Custou caro aos cofres públicos a decisão da ex-presidente Dilma Rousseff de manter uma participação acionária de 49% da Infraero em cinco aeroportos concedidos ao setor privado durante sua administração.O Tesouro Nacional já precisou transferir R$ 3,7 bilhões à estatal para viabilizar seus aportes nas sociedades de propósito específico (SPEs) criadas para gerir esses terminais desde 2012, segundo levantamento feito pelo Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil a pedido do Valor.
Apesar da crise fiscal, outros R$ 829 milhões estão previstos na proposta orçamentária do governo para 2018. Ao todo, o investimento acumulado chegará a R$ 4,5 bilhões. Em outras palavras, mesmo sendo privados, os aeroportos continuam sugando dinheiro da União. Sem a aplicação desses recursos, a Infraero teria diluído sua fatia acionária.
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Na semana passada, o governo Michel Temer anunciou a intenção de vender as participações em quatro dos cinco aeroportos: Guarulhos (SP), Galeão (RJ), Brasília (DF) e Confins (MG). Viracopos (SP) não está na lista porque o terminal está sendo devolvido pela concessionária à União.
Não houve estimativa oficial sobre o potencial de arrecadação com a venda. Reservadamente, o Palácio do Planalto espera obter entre R$ 5 bilhões e R$ 8 bilhões. Fontes do mercado e até algumas autoridades do setor, no entanto, têm expectativa mais moderada. (VALOR ECONÔMICO)