Em decorrência da pandemia enfrentada pela cidade de São Paulo, o calendário de grandes eventos da capital paulista será modificado. O anúncio foi feito pelo prefeito Bruno Covas nesta sexta-feira (24), durante coletiva de imprensa realizada no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado. As alterações de datas têm o objetivo de controlar a disseminação da covid-19 (doença provocada pelo coronavírus).
EDIÇÃO DO DIÁRIO com agências
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“Apesar dessa queda constante de oito semanas e da cidade estar sempre evoluindo no Plano São Paulo, nós ainda estamos enfrentando a pandemia”, justificou o prefeito.
O governador João Doria afirmou que o Estado apoia a decisão da Prefeitura: “Os cuidados que Bruno Covas vem adotando na proteção à vida dos habitantes da capital, São Paulo, a maior cidade da América Latina, valem para outros municípios do Estado de São Paulo com relação a atividades e festividades que provocam aglomerações da população, seja ao ar livre, seja em ambientes fechados”, disse o governador.
Carnaval 2021
Após conversas com representantes de escolas de samba e dos blocos de rua, a Prefeitura de São Paulo decidiu adiar o Carnaval de 2021, que ainda não têm data definida para ser realizado.
“Finalmente batemos o martelo e estamos adiando o carnaval do ano que vem. Nós ainda estamos definindo, tanto com os blocos como com as escolas de samba e com as outras cidades, uma nova data. Muito provavelmente não ocorrerá em junho, que é quando acontecem as festas de São João no Nordeste, mas estamos definindo ou pelo final de maio ou começo de junho”, disse Covas. O Carnaval da cidade de São Paulo é um dos maiores do país, pois conta com os desfiles das escolas de samba no Sambódromo do Anhembi e dos blocos que desfilam no carnaval de rua.
Marcha para Jesus
A Marcha para Jesus, que é um evento apoiado pela Prefeitura, estava marcada para 13 de junho deste ano. A Marcha foi prorrogada para o dia 2 de novembro, mas, mesmo assim, não deve ocorrer nos moldes tradicionais em decorrência da pandemia. Em 2019, o evento contou com a participação de 3 milhões de pessoas e um benefício econômico para a cidade de R﹩ 217 milhões.
“A organização da Marcha já avisou a Prefeitura de São Paulo que não fará a marcha no dia 2 de novembro de forma presencial. Então, nos próximos dias, eles vão apresentar à Prefeitura de São Paulo outro formato do evento, que não será de forma presencial”, disse Covas.
Parada LGBTQI+
Outro evento que também tem o apoio da Prefeitura de São Paulo é a Parada LGBTQI+, que seria realizado em 14 de junho. Os organizadores do evento celebraram a data de forma virtual e a parada nos moldes tradicionais tinha sido prorrogada para o dia 29 de novembro. Porém, ela será cancelada.
“Nós teríamos uma outra preocupação, porque é exatamente a data de realização do segundo turno das eleições neste ano de 2020, dada a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC), no Congresso Nacional”, disse o prefeito Bruno Covas, que continuou: “Eu queria agradecer a organização da Parada LGBTQI+, por entender o momento em que a cidade vive, cancelando a realização do evento neste ano”. disse Covas.
No ano passado, a Parada LGBTQI+ reuniu 3 milhões de pessoas e trouxe benefício econômico de R﹩ 404 milhões para a cidade de São Paulo.
Fórmula 1
A Federação Internacional de Automobilismo, responsável pelo GP Brasil de Fórmula 1, cancelou a prova que aconteceria em novembro deste ano no Autódromo de Interlagos, na Zona Sul de São Paulo. A Prefeitura e o Governo do Estado lamentam a decisão, já que as autoridades sanitárias do estado e do município já haviam estabelecido os protocolos para a realização do evento.
“Nós, ao longo dessas últimas semanas, enviamos todos os dados à organização do evento mostrando que a realidade da cidade de São Paulo e do Estado é bem diferente da realidade brasileira. A projeção mostra que, em novembro, nós estaremos em uma situação bem melhor do que estavam os países europeus, onde nós já tivemos a realização do Grande Prêmio”, disse Covas.
“Já determinei o cancelamento da licitação que estava em andamento no valor de R﹩ 48 milhões para a reforma da pista (do Autódromo de Interlagos). Não tem mais como a gente segurar isso, pois teríamos que dar andamento a uma licitação que já estava acontecendo. Não tem como gastar este dinheiro com o risco de não ter Fórmula 1 na cidade”, explicou o prefeito.
A Prefeitura irá continuar com as tratativas com organização do evento para prorrogação do contrato, a partir de 2021.