Com a maior costa contínua de mangue do Brasil, a região é um berçário natural para aves, peixes, moluscos e crustáceos
POR PATRICIA DE CAMPOS
A pequena cidade de Humberto de Campos, nome em homenagem ao seu filho ilustre, imortal da Academia Brasileira de Letras, conhecido também por suas obras psicografadas pelo médium Chico Xavier, com o pseudônimo de Irmão X, pode ser a nova porta de entrada dos Lençóis Maranhenses.
Com a maior costa contínua de mangue do Brasil, a região é um berçário natural para aves, peixes, moluscos e crustáceos, sendo a maior Resex marinha do Brasil segundo o ICMBIO, o que faz dele o mais importante estuário do país
Ela é cortada pelo rio Periá, as margens da Baía de Tubarão, uma unidade de conservação e a principal área de peixe-boi-marinho no estado, espécie em perigo de extinção, e também área de desova e alimentação de diversas espécies, entre elas as tartaruga marinhas ameaçadas de extinção. Na cidade aparecem as primeiras dunas de areias brancas e finas, que iniciam a formação dos famosos Lençóis Maranhenses.
A região foi passagem dos franceses para o São Luiz, tendo em 1612 a primeira caravela francesa em terras brasileiras, que aportou na Ilha Santana, pertencente hoje ao município de Humberto de Campos, assim como outras 31 ilhas fluviais, ricas em fauna e flora, que formam o Arquipélago das Marianas.
Com pequena infraestrutura de hospedagem, mas com preços bem acessíveis, a cidade é cheia de histórias que são contatadas pelos moradores locais, que vão desde a vida de Humberto de Campos até histórias sobre a 2ª Guerra Mundial, principalmente agora com a descoberta dos destroços de um bombardeiro americano B25 na cidade.
A cidade é rica também em tradições e manifestações culturais, tendo inclusive o maior Boi Bumba do Maranhão, com 12 metros.
Humberto de Campos é para quem busca não apenas as belezas naturais dos Lençóis Maranhenses, mas também conhecer as riquezas culturais maranhenses, ficar pertinho de peixes boi e tartarugas marinhas, ter a experiência de catar caranguejos no mangue, conhecer ilhas praticamente intactas e descobrir o calor do povo ribeirinho.