A marca ibis, da rede Accor, alcança o seu cinquentenário em 2024 e anuncia algumas novidades durante a coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (10), em São Paulo. O que se destaca é que mesmo atingindo a marca dos 50 anos, mantém-se dinâmica adaptando-se aos novos públicos, às exigências da legislação e absorvendo conceitos globais de sustentabilidade e inclusão.
por Paulo Atzingen e Clara Silva*
A marca hoteleira global tem sob seu guarda-chuva só na região das Américas mais de 300 hotéis das marcas ibis, ibis styles e ibis budget, sendo 235 apenas no Brasil. Durante a coletiva, alguns assuntos mereceram destaque:
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Sustentabilidade
O DIÁRIO perguntou porque apenas 36 hotéis na região das Américas estavam certificados com o selo de sustentabilidade, o Green Key, que é o principal selo de excelência no campo da responsabilidade ambiental e operação sustentável dentro da indústria de turismo e hospitalidade.
Segundo Lara Teixeira, SVP de Design & Technical Services da Accor Américas, a obtenção e a conquista deste selo obedecem um rigoroso critério que segue um checklist global.
“Não é simplesmente você chegar no hotel e colocar um selo. Você tem um check-list de várias iniciativas. Elas têm que ser medidas, elas tem que ser comprovadas, já que o selo Green Key é reconhecido internacionalmente. Ele foi escolhido pela Accor como um selo focado em hotelaria porque conseguimos ter um padrão de comparação entre os hotéis. Temos um checklist global e por isso podemos confiar. Existe uma meta anual, mas o objetivo é que 100% dos hotéis tenham. Nós comemoramos muito quando conseguimos mais um porque sabemos que não é simples, e para eles receberem este selo é porque estão cumprindo todos os requisitos”, disse Lara.
Segundo Marcos Martins, coordenador de comunicação Accor Américas, a importância do selo é reconhecido internacionalmente e define a reserva na hora da escolha de um dos hotéis da rede.
“Não é fácil para um hotel obter uma certificação internacional, pois são vários os critérios, desde os fornecedores até a eliminação de itens de plástico de uso único… Na região das Américas já são mais de 50. Inclusive, temos alguns hotéis para anunciar nas próximas semanas que já ganharam a certificação Green Key. É uma conquista a cada Hotel que consegue essa certificação, e o nosso objetivo é chegar a 100% dos hotéis nos próximos dois ou três anos”, pontuou Martins.
O hotel onde foi realizada coletiva, o ibis Styles Faria Lima é um dos hotéis da rede que possui o Green Key.
Marcas padronizadas pero no mucho
Existe uma ideia histórica de que as marcas ibis são exageradamente parecidas umas com as outras.
Segundo Lara, o que é padronizado no Ibis é a qualidade do produto, a qualidade do serviço, a segurança, o conforto, tudo que impacta na experiência do hóspede. “O que não é padronizado mais é aquilo de que um hotel exatamente seja igual ao outro, porque dentro do mesmo conceito no Ibis nós temos várias possibilidades de variação, para adaptação à cidade, ao clima, às necessidades específicas daquele hotel, daquele mercado, mas quando a gente fala de padronização não é só serviço, tem itens a mais”, ressalta.
“A gente gosta de ser um pouco mais ousado no design. Design de um ibis tem que ser diferente do outro. Quando a gente fala de design, jogamos o book de padrão na gaveta”, compara.
“Se a gente puder ser um pouquinho mais arrojado em algum tipo do design dentro do quarto, ou nas áreas sociais, a gente vai ser”, explicou.
Ela detalhou que cada ibis tem um tema, um contexto, um clima. “Realmente é diferente, porque cada um tem um tema. No ibis vermelho, que a gente chama de convencional, tradicional, mesmo nele tem flexibilidade. A gente trouxe diversidade ao design. Tem outros padrões, outras propostas que a gente pode ajustar de acordo com a cidade, de acordo com o investidor, de acordo com a demanda. Tem inúmeras variáveis que pode se escolher”, completou.
Se existe essa flexibilidade no design, uma coisa é certa, disse Lara: “O ibis está longe de ser um hotel que tem independência no seu design e no seu estilo. Mas ele tem escolhas, ele tem caminhos a seguir que faz com que a experiência possa ser mais diversa do que era a 10 ou 15 anos atrás”, pontua.
Em síntese, segundo a arquiteta, a proposta de valor intrínseca à marca não vai mudar. Vai ter essa variação no design de um para o outro.
Novos conceitos de design
A arquiteta também falou sobre o novo conceito do ibis que estão implantando, o ibis Square. Segundo ela, os quartos Square apresentam design sofisticado e vai elevar a experiência dos hóspedes no segmento econômico.
“O ibis Square é mais aberto e mais amplo. O conceito que mais se adapta àquele mercado, àquele proprietário daquele etapa, qual que é mais bacana. O produto é um conceito de arquitetura, não é marca”, esclareceu.
“Vamos discutir com o investidor qual é a linha de design que vai ter; criaremos dois ou três modelos para ele tomar uma decisão”, pontuou.
Modernizar a marca e mantê-la jovem
Lara explica que o conceito de hotel vem mudando com o tempo. Se antes hotel era sinônimo de cama e chuveiro, hoje isso foi ampliado. “De repente, começamos a ver aquele hóspede que pode trabalhar em qualquer lugar, não mais só no escritório e começamos a ver essa tendência das pessoas irem para os lobbies dos hotéis com seu computador. Daí percebemos que é preciso disponibilizar tomadas, uma cadeira e mesa mais confortáveis, esse hóspede que está ali, ele tá consumindo, ele está almoçando, tomando café. Tanto o Ibis Plaza quanto o ibis Square já têm áreas públicas, com mesa compartilhada, mesa com tomada, então esse detalhe já convida a pessoa a ficar”, conta.
Duas tomadas
“Nós fizemos um estudo quando o ibis Plaza foi lançado há uns 5 ou 6 anos. Tínhamos só uma tomada de um dos lados da cama, por economia, etc. Hoje é impossível. Eu preciso ter duas tomadas. Então o ibis Square já saiu com duas tomadas e mais um ponto de USB.
Qualquer coisa que a gente modernize tem que ter um investimento importante, então temos que ser muito precisos no investimento. Tudo tem que ser estudado. Essa questão de modernização é ser funcional. O que era estético para alguém há 30 anos atrás, não é estético para uma pessoa hoje.
Legislação
Outra quesito muito importante no conceito arquitetônico de um hotel, lembra Lara, é a legislação. Coisas que antes não eram solicitadas pela legislação, hoje são. Por exemplo, a exigência de rampas e ambientes com acessibilidade. “Antes se eu tivesse um apartamento acessível já era o suficiente. Hoje eu já tenho uma porcentagem maior. Pelo menos 5% dos apartamentos (do total de quartos do hotel) têm que ser acessíveis. Isso muda o design, moderniza, porque o público que tem algum tipo de deficiência física viaja sozinho e viaja muito mais”, pontua.
O mesmo se aplica para pessoas mais idosas. “Tudo isso tem que estar na nossa pauta na hora de desenvolver e modernizar um produto. Não é necessariamente modernizar ou somente para público mais jovem. Mas é modernizar para as necessidades modernas e aí incluímos todos”, sintetizou.
*Paulo Atzingen é jornalista e fundador do DIÁRIO DO TURISMO
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