“Igarassu é uma cidade completa. A gente tem mar, mata, salto de paraquedas, ecoturismo, turismo náutico”, avisa a secretária executiva da Secretaria de turismo da cidade, Ana Alves
POR ZAQUEU RODRIGUES
Igarassu, localizada no litoral norte de Pernambuco, a 30km de Recife, é uma das cidades mais antigas do Brasil. “Se Pernambuco é um país, esse país começou aqui, em Igarassu”, assegura a secretária executiva da Secretaria de turismo da cidade, Ana Alves.
O nome Igarassu é de origem tupi e significa Canoa Grande. Para historiadores, ele expressa a surpresa dos indígenas diante das caravelas portuguesas.
Hoje, em pleno desenvolvimento do seu potencial turístico, o destino esbanja patrimônios arquitetônicos religiosos e civis e uma riqueza ambiental.
“Igarassu é uma cidade completa. A gente tem mar, mata, salto de paraquedas, ecoturismo, turismo náutico. Temos o Catamaran Praia, primeiro Beach Club do Litoral Norte, e a ilhota mais charmosa do mundo, que é a Coroa do Avião”, apresenta Ana.
Sítio Histórico
Igarassu é conhecida pelo Sítio Histórico tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), que compreende o Convento Franciscano de Igarassu, Museu Histórico, Convento Sagrado Coração de Jesus, Sobrado do Imperador, Sítio dos Marcos, Museu Pinacoteca e a Igreja dos Santos Cosme e Damião, padroeiros da cidade.
A igreja dos Santos Cosme e Damião começou a ser construída em 1535 por Afonso Gonçalves a pedido de Duarte Coelho, donatário da Capitania de Pernambuco. Ela foi erguida como agradecimento à vitória dos portugueses contra os índios Caetés. Para o donatário, Cosme e Damião ajudaram na batalha, e, portanto, mereciam a homenagem.
No dia 27 de setembro, Dia Mundial do Turismo, a cidade de Igarassu completará 486 anos. Em comemoração ao aniversário, o Padre Josivan Bezerra entregou, nesta sexta-feira (17), a primeira etapa da restauração da Matriz dos Santos Cosme e Damião. Foram totalmente restaurados o Altar Mor e o Presbitério. O Iphan classifica a igreja como a mais antiga do Brasil ainda edificada.
Ana afirma que Igarassu é um destino de vivências. Uma delas é a contemplação a bordo do Catamaran, que percorre as águas calmas e escuras formadas pelo encontro do mar com o rio Timbó. A navegação revela paisagens como o Forte Orange, na ilha de Itamaracá e a ilhota Coroa do Avião. Ele dura cerca de 2h30 e parte do Catamaran Praia Beach Club. A capacidade é de 60 pessoas na pandemia.
O passeio percorre o manguezal e seus habitantes inusitados, como o caranguejo Aratu Vermelho, curioso que só. Para pegá-lo, os pescadores locais batem na latinha com uma pequena vareta. O som é o suficiente para o bichinho aparecer correndo para ver o que se passa. A pesca é uma das principais fontes de renda dos moradores da cidade. Essa cultura se expressa na rica gastronomia: pescada, marisco de coco, ostras, camarão, caranguejo…
Integração
Para impulsionar o turismo no Litoral Norte de Pernambuco, seis cidades trabalham integradas. “O turismo se interliga. Não adianta Igarassu fazer um bom trabalho se outra cidade vizinha não está fazendo. Já tem seis anos que trabalhamos o turismo nas seis cidades em conjunto. A gente precisa de divulgação. Quem vem uma vez, volta mais. Aqui a gente não explora o turismo, a gente vivencia e oferece experiências inesquecíveis com chuva, sol, vento. É uma experiência única”, sublinha Ana, que é interlocutora dos seis municípios do Litoral Norte.
“O turismo se interliga. Não adianta Igarassu fazer um bom trabalho se outra cidade vizinha não está fazendo. Já tem seis anos que trabalhamos o turismo nas seis cidades em conjunto. A gente precisa de divulgação”, afirma Ana.
“A retomada do nosso turismo está sendo regional. Os próprios pernambucanos estão conhecendo mais Pernambuco neste momento. Há pessoas em Olinda, cidade vizinha a nós, que não conhecia Igarassu”, destaca Ana. Para estimular as viagens internas de uma cidade a outra, o governo de Pernambuco lançou a campanha nomeada Bora Pernambucar. No dia 27 tem início o roadshow regional da Seturl-PE.
Antes da pandemia, os paulistanos, cariocas e baianos eram os principais visitantes de Igarassu, seguidos pelos europeus. Para desenvolver o potencial turístico do destino, Ana considera essencial expandir a estrutura. “Temos poucas pousadas. As que temos são focadas no turismo de negócios, pois há muitas empresas. A cidade, para despontar, também tem que ter uma vida noturna ativa. Superar esses déficits é a nossa prioridade”.