Animais reabilitados pelo Instituto Argonauta para a Conservação Costeira e Marinha, no âmbito do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), retornam ao ambiente natural após atendimento especializado no Centro de Reabilitação e Despetrolização (CRD) em Ubatuba.
Em nota enviada ao DIÁRIO, o Instituto Argonauta informa que no último dia 07 de outubro, a equipe do PMP-BS, executado pelo Instituto Argonauta no litoral Norte de SP, celebrou uma etapa importante nas suas ações de reabilitação de fauna marinha com a soltura de oito pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) e um lobo-marinho-sul-americano (Arctocephalus australis), resgatados em praias do Litoral Norte de São Paulo.
Os animais passaram por um processo intensivo de reabilitação, nos recintos do CRD em Ubatuba/SP do Instituto Argonauta, sendo realizadas avaliações clínicas veterinárias, exames complementares, tratamento médico especializado, alimentação controlada e protocolos de bem-estar animal, visando a recuperação de condições físicas ideais para sobrevivência no meio ambiente.
Veja também as mais lidas do DT
Antes de realizar a soltura foram realizados todos os procedimentos necessários para verificar se estavam aptos ao retorno ao meio ambiente natural. De acordo com a médica veterinária, responsável técnica do Instituto Argonauta, MSc. Raquel Beneton Ferioli, uma bateria de exames e procedimentos foi realizada para essa verificação. “Para ambas as espécies, os animais devem estar nadando ativamente no recinto e manifestar comportamento normal para a espécie, durante todo o período de avaliação. Para os pinguins, além disso, eles devem apresentar impermeabilização total da plumagem e se alimentar espontaneamente no recinto. Exames clínicos e laboratoriais são realizados para atestar a saúde de cada um dos pinguins. Com isso, clinicamente os pacientes estão liberados para soltura”,
detalhou.
A soltura foi realizada a aproximadamente 115 km da costa, com o apoio do Laboratório Multiusuário de Monitoramento Oceânico por Satélite – MOceanS do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, responsável pelo mapeamento da posição da Corrente do Brasil. “O lugar escolhido envolve algumas especificidades, tais como a latitude e longitude. Elas são previamente estudadas com o apoio do INPE, para que os pinguins encontrem a Corrente Marinha do Brasil com maior facilidade, o que auxiliará no retorno dos animais ao seu habitat”, explica Hugo Gallo Neto, oceanógrafo e presidente do Instituto Argonauta. Contando também com o a empresa Mineral Engenharia e Meio
Ambiente, responsável por fornecer a embarcação necessária para o transporte dos animais.
Microchip
Antes da soltura, os animais são marcados para que seja possível identificá-los caso sejam encontrados novamente. O lobo-marinho recebeu um microchip, uma anilha, e feita a descoloração do pelo (uma outra forma de marcação para essa espécie). Já os pinguins receberam um microchip, cada um. “Os registros de identificação dos animais são importantes no caso de um eventual encalhe, para que outras instituições que trabalham com resgate de fauna marinha, possam identificar a origem da soltura, por exemplo. Também podem ser utilizados por pesquisadores que atuem nas colônias da espécie, ou em outras áreas, e aumentar o conhecimento sobre os deslocamentos que os animais realizam.” comenta a bióloga Carla Beatriz Barbosa, coordenadora do PMP-BS no Trecho 10 do Instituto Argonauta.
Mais do que uma simples devolução à natureza, a soltura desses animais visa contribuir para a manutenção do equilíbrio ecológico, ampliar o conhecimento sobre os animais marinhos e fortalecer os esforços de conservação marinha do Instituto Argonauta.
Conheça mais sobre o trabalho do Instituto Argonauta em: www.institutoargonauta.org,
www.facebook.com/
Edição do DIÁRIO com agências