Intercâmbio 50+: aumento na longevidade cria novos mercados

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*Daniel Amgarten

O que você pensa quando ouve ou lê a palavra intercâmbio? Certamente, a imagem que vem à cabeça é a de jovens multi-étnicos, com as suas mochilas, em algum belo cenário europeu, norte-americano ou da Oceania.

Uma outra realidade, no entanto, tem conquistado espaço nesses segmento e imaginário: o intercâmbio de pessoas com mais de 50 anos, seja em programas regulares, com estudantes com faixas etárias variadas; ou programas específicos para esse perfil de público, desenvolvidos com experiências adicionais, além do tradicional curso de idioma.

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Comum e praticado em diversos países da Europa, o intercâmbio 50+ recebe cada vez mais atenção do público brasileiro, com o aumento da expectativa de vida. Um outro elemento importante aqui é o perfil dos novos cinquentões brasileiros: joviais e apreciadores de viagens, práticas esportivas e da descoberta de novos ambientes e experiências.

Como revelou recentemente uma pesquisa do Instituto Locomotiva, o Brasil tem mais de 54 milhões de pessoas nessa idade ou acima dela, número que irá crescer ao longos dos próximos anos, chegando a mais de 90 milhões em 2045. Eles movimentam hoje mais de R$ 1,6 trilhão anualmente e apresentam uma renda 40% acima da média nacional. Ou seja, um mercado potencial e tanto para o segmento de intercâmbio.

Em muitos casos, já com a família estruturada e tempo livre, esse público quer, além de viajar em si, agregar conhecimento. Reforçar o contato com determinado idioma, até para aproveitá-lo melhor em outras viagens que pretenda fazer, é um dos principais motivos. E os programas específicos para 50+, além do idioma, incluem experiências voltadas para o aperfeiçoamento de “diversas paixões”.

O intercambista de um curso de italiano – um dos mais requisitados, diga-se de passagem – pode estudar pela manhã e à tarde fazer degustação de vinhos e/ou aprender sobre moda. Quem estuda inglês, pode, à tarde, conhecer melhores pontos turísticos da cidade escolhida e ter aulas de arte, música ou culinária. Isso só para ficar em algumas referências.

São essas oportunidades que têm atraído esse público, cada vez mais engajado em novos conhecimentos, conquistas e trocas de experiências, sejam elas com pessoas da mesma idade ou mais jovens. A transformação dos cinquentões, que vem criando novas dinâmicas e configurações para a sociedade, chegou forte no universo de intercâmbio. Hora de embarcar.

* Daniel Amgarten, sócio-diretor da Fuja dos Brasileiros, agência de intercâmbio que oferece destinos menos procurados

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