Jornalistas, há ainda um pingo de grandeza em nossa profissão

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Por Paulo Atzingen (Sala de imprensa, da WTM – 2022)

Há ainda, eu sei, um pingo de grandeza em nossa profissão de jornalistas quando vejo estagiários, jovens repórteres correndo atrás de uma notícia com a vontade pura e cristalina de contar só a verdade, sem a malícia e a maldade que se tornou a profissão depois que ela foi associada (mas não vencida) à política e aos negócios.

Há ainda, eu sei, um pingo de dignidade em nossa profissão de jornalistas quando vejo o colega buscando por vozes vindas lá do canto das perifas, vindas do sertão, do morro, ou mesmo do edifício envidraçado onde há um personagem de terno e gravata que ainda fala com o coração e não sentado sobre um iceberg e no automático.

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Há ainda, eu sei, um pingo de esperança em nossa profissão de jornalistas quando vejo amigos sendo reconhecidos por seu trabalho em produzir uma notícia e temperá-la com a paixão da escrita, com o amor à imagem, com a sedução da voz e da palavra e fazer essa notícia a ponto de virar luz e não commodity.

Há ainda, eu sei, um pingo de decência em nossa profissão de jornalistas ao reconhecer colegas que tratam seu trabalho como um diamante fino e usam o seu valor para transformá-lo em uma reportagem inédita, um texto nunca escrito, um vídeo profundo em conteúdo não em efeitos especiais.

Há ainda, eu sei, um pingo de valor em nossa profissão de jornalistas quando ela for reconhecida como um instrumento de apoio à democracia, à verdade, e um míssil para a derrubada de ídolos, mitos, preconceitos e fake-news.

Aos jornalistas, meus parabéns nesse dia 7 de abril!

Texto publicado originalmente dia 7 de abril de 2022

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