Na passagem do DIÁRIO por Manaus conhecemos o Juma Ópera Hotel, um empreendimento que reflete os tempos da Belle Époque, período do apogeu do Ciclo da Borracha na Amazônia. Ficamos uma noite, tempo suficiente para degustar a beleza e o conforto do hotel, além de seu entorno monumental.
Por Paulo Atzingen, de Manaus (Texto, fotos e vídeo)*
Quando penso em Amazônia a primeira imagem que me vem à mente é a floresta e seus rios. Em seguida, o Teatro Amazonas, em Manaus.
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O Ciclo da Borracha criou uma economia pujante por aqui e a cultura europeia se instalou na capital do Amazonas culminando com a construção do Teatro Amazonas, uma obra-prima erguida em 1896.
Se da floresta nasceu o Teatro, no entorno dele nasceram os casarões históricos que testemunharam o apogeu e a decadência da economia da borracha. Agora esses mesmos casarões abrigam uma nova era: a das viagens e do turismo. Alguns se tornaram restaurantes, outros prédios dão guarida à secretarias de governo e um especialmente é o Juma Ópera Hotel.
É evidente que com o fim do Ciclo da Borracha, que aconteceu em função da concorrência da produção do látex nos países do sudeste asiático, especialmente na Malásia e Indonésia, Manaus passou por um período de declínio econômico, mas a riqueza cultural e a importância histórica permanecem visíveis nos edifícios preservados.
Reforma
Reformado e ampliado em 2020, o Juma Ópera revive essa memória gloriosa, combinando a história das construções com o conforto moderno em um projeto cuidadoso, que respeita sua herança, mas que oferece uma experiência de hospitalidade sofisticada.
Um exemplo foi a incorporação da casa de Ivete Ibiapina, uma pianista e professora que marcou época na Amazônia. Esta casa abriga duas das suítes mais prestigiadas do hotel: a Suíte Ivete e a Suíte Ibiapina. Ambas estão localizadas em uma das mansões históricas do século XIX que fazem parte do complexo do hotel. A Suíte Ivete preserva detalhes originais, como o piso de madeira, e oferece um espaço amplo de 56m², com uma pequena sala de estar e um banheiro com duas duchas e banheira. Já a Suíte Ibiapina, localizada no mesmo casarão, é ainda maior, com 60m², pé-direito alto e uma sala de estar, proporcionando um ambiente elegante e espaçoso para os hóspedes
Assinatura do projeto
Efeito mágico
Ele conta ao DIÁRIO que toda a fiação aérea da frente do hotel foi enterrada, valorizando ainda mais a vista para a praça e para o Teatro Amazonas.
“Em 2019, ano da minha chegada aqui em Manaus, procurei o diretor da Amazonas Energia com um pedido de que fizéssemos em parceria um trabalho de enterramento dos fios que cobriam ou atrapalhavam a visão do Teatro a partir do Juma”, disse-me Rodrigo que a palavra parceria teve um efeito mágico. “Eu levei a ideia, falei da parceria e na mesma reunião o diretor chamou um assistente e verificou se havia cabos suficientes para os cerca de 90 metros de fiação que seria enterrada. Havia. Ele nos deu esses cabos que custavam uma fortuna e isso barateou cerca de 70% da obra”, comemora o executivo.
Mãos e corações amazônicos
A arquiteta Débora Aguiar assina a decoração do hotel e associa a multifacetada matéria-prima que brota da floresta, desde as folhas de uma arvore centenária que serve como base para uma pintura de um artista local, ao trançado de uma esteira feita com fibras de açaí que serve como abajur. Débora oferece ao hóspede um espaço de tempo para a contemplação do artesanato feitos por mãos e corações amazônicos.
Degustação
Com 41 acomodações entre suítes e apartamentos que variam em tamanho e estilo, ficamos hospedados na suíte master com vista para o Teatro. Da varanda era possível ver o movimento em torno da casa de espetáculos e degustar a seiva cultural desta terra.
Daqui da janela do quarto viajo para o coração da selva da arte. Trata-se de uma nave monumental ancorada no topo de uma colina. Seu corpo principal é rosa e carmim. Sua cúpula é revestida por cerca com cerâmica vitrificada, pintadas nas cores da bandeira do Brasil (verde, amarelo, azul e branco), o que dá um charme cívico (muito mais que ideológico e muito mais que político) a esse símbolo da cultura nacional e amazônica.
Se o Juma Ópera Hotel oferece essa degustação da cultura e da arte amazônicas, nacional e internacional, ele também nos prepara o espírito e o astral para o Juma Lodge, seu irmão vegetal, que está no coração da floresta, alguns quilômetros às margens do Rio Juma, um afluente do Rio Madeira, ainda mais infiltrado neste mundo verde, genuinamente brasileiro.
Confira o vídeo:
Serviço:
JUMA ÓPERA HOTEL
+55 (11) 3030-7618
+55 (11) 95783-9254
reservas@jumahoteis.com.br
Rua 10 De Julho, 481 – Centro – Manaus/AM – CEP: 69010-060
*O jornalista Paulo Atzingen viajou a Manaus a convite do grupo Iberostar e com seguro Europ Assistance