E pensamos que depois de tanto dinheiro gasto, as autoridades não iriam se descuidar do legado e sobretudo da vibração positiva que reinava no mundo com o Rio. Esqueceram.
No entanto, não parece que foi o que aconteceu. As verbas federais para promoção do Brasil e as estaduais e municipais do Rio se esqueceram ou simplesmente faltou um especialista para orientá-las ou não foram alocadas as necessárias para uma grande campanha motivacional, para visitar o Rio. O momento não poderia ter sido esquecido e infelizmente foi. Todas as cidades que sediam Olimpíadas têm um crescimento de pelo menos 20% de turistas na alta estação. Nós, ao contrário, prevemos menos 15%. de visitantes internacionais pela imagem negativa que o mundo vê com arrastões nas praias e nas ruas, estações de brt destruídas, assim como meios de transportes. Não posso, em sã consciência conceber que em plena crise do turismo, não se tivesse implementado um programa de promoção e captação de turistas.
Falta criatividade, falta empreendedorismo e vontade de buscar novas opções de comercialização do produto turístico.
Por outro lado, o parque Olímpico em pleno coração da nova Barra esbarra em problemas burocráticos e administrativos, para que possa efetivamente se consolidar. Agora nas mãos do Ministério dos Esportes mas ainda sem solução real. Poderíamos ter aproveitado durante os meses da alta estação, para uma visita guiada aos locais de competições, uma exposição ao ar livre de fotos dos jogos e a venda de lembranças. Falta criatividade, falta empreendedorismo e vontade de buscar novas opções de comercialização do produto turístico.
Espero, do fundo do meu coração, apaixonado pelo Rio, que não nos transformemos num conjunto de elefantes brancos, como ocorreu na Copa do Mundo e em cidades, como Atenas, onde o parque olímpico tem se deteriorado a cada ano. Torço para que o esporte seja incentivado e que se busque a formação de novas atletas de alta performance. Não podemos ficar de braços cruzados. A situação é ainda mais agravada pelo empurra-empurra do Maracanã, que agora vem tendo parte de seu acervo furtado.
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Vamos nos unir e exigir que o legado seja mantido e que sobretudo não desperdicemos mais uma vez dinheiro público em obras faraônicas, que vão se perdendo ao longo dos anos.
Bayard Do Coutto Boiteux é professor universitário, escritor, pesquis