REDAÇÃO DO DIÁRIO
É cada vez mais frequente ouvirmos casos de pessoas que sofrem de depressão e ansiedade resultantes do trabalho estressante. No setor de aviação esses casos são ainda mais dramáticos e reincidentes.
Segundo o estudo de Anthony Evans, do Departamento de Medicina da Organização Civil Internacional da Aviação dos Estados Unidos, de novembro de 2013, há déficits graves no acompanhamento dos pilotos em matéria de saúde mental. Cerca de 60% dos pilotos que sofrem algum tipo de depressão decidem continuar a voar, sem comunicar aos empregadores.
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De acordo com o inquérito anônimo para 1826 pilotos de mais de 50 países realizado pela Universidade de Harvard no ano de 2015, 12.6% dos pilotos inquiridos se encontra dentro do padrão de depressão provável e 4.1% numa situação mais grave. O levantamento focou em pilotos, mas a situação é alarmante para todos os profissionais do segmento.
O DIÁRIO conversou com a psicóloga Lidiane Pontes, com formação em Terapia Cognitivo-Comportamental pelo Centro de Psicologia Aplicada e Formação, CPAF-RJ . Segundo ela, muita gente deixa a saúde mental de lado por preconceito (ao achar que é coisa de gente louca) ou por falta de tempo. “Debates e informações sobre os possíveis ganhos, habilidades e competências que as pessoas adquirem fazendo terapia precisam vir à tona”, afirma. Lidiane Passos Pontes é graduada pela Universidade Veiga de Almeida, UVA-RJ, e pós-graduação em Gestão de Relações Humanas pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, PUC-GO.
DIÁRIO – Certas profissões promovem várias doenças crônicas. Quais as principais surgidas com a aviação e quais os tratamentos ou procedimentos que devem ser tomados?
LIDIANE PONTES – Pesquisas indicam que os transtornos mentais que mais acometem os profissionais atuantes na área da aviação são depressão e ansiedade. O tratamento varia dependendo das especificidades do caso clínico, do diagnóstico psiquiátrico e da abordagem teórica do psicólogo (a). As intervenções cognitivo-comportamentais lançam mão de técnicas como a psicoeducação, a conceituação cognitiva, a reestruturação cognitiva, a análise de evidências, entre outras. Ressalto que a terapia, seja ela on-line ou presencial, pode propiciar a retomada da saúde mental e o desenvolvimento de um cuidado mais integral e efetivo por parte das empresas aéreas, em relação aos aeronautas.
DIÁRIO – A senhora pode apontar as causas?.
LIDIANE PONTES – As constantes variações de horários e jornadas de trabalho, a distância da família e dos amigos, a dificuldade de organizar uma agenda da vida pessoal, são apenas algumas das condições às quais submetem-se os profissionais que atuam na área da aviação. Essas condições podem afetar a saúde mental e desencadear transtornos como ansiedade e depressão. Por isso, debates e esclarecimentos sobre os possíveis ganhos e habilidades que as pessoas adquirem fazendo terapia, seja ela on-line ou presencial, precisam vir à tona.
DIARIO – Qual a atuação (ou importância) de um psicólogo atuando na área da aviação?
LIDIANE PONTES – Indispensável. Podemos constatar que os aeronautas carecem de cuidado e acompanhamento psicológico. Então, subentende-se que a intervenção, nesse contexto, apenas pode ocorrer mediante o trabalho de um profissional capacitado, no caso, de um (a) psicólogo(a).
DIÁRIO – A ZenKlub oferece uma terapia por vídeo-consulta, como isso é possível sem a presença de um profissional?
LIDIANE PONTES – Tanto a terapia on-line quanto a terapia presencial contam com a presença de um psicólogo (a). No contexto da psicologia clínica, presença significa comparência, assistência, acompanhamento. Portanto, o serviço de terapia prestado por vídeo-consulta na plataforma do Zenklub segue os mesmos critérios da modalidade presencial: a presença de um psicólogo capacitado, legalmente inscrito no conselho regional do qual faz parte, em dia e horário pré-agendados com o paciente.
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