Até bem pouco tempo minha admiração e conhecimento sobre a existência de publicitários brasileiros se restringia a poucos nomes: Washington Olivetto e Nizan Guanaes. No entanto, a última semana de junho ampliei meu rol e respeito e aqui acrescento dois outros nomes. Embora eles não sejam publicitários por formação, me deixaram absolutamente boquiaberto pela qualidade do trabalho que produziram. Agostinho Turbian e Toni Sando — os autores de uma obra que é, ao mesmo tempo, densa e acessível, sofisticada e didática: Brand Storm – O Poder das Marcas.
por Paulo Atzingen, de São Paulo*
Embora o livro lembre um tijolo na forma, um catatau de folhas impressas e com um encarte externo servindo de sobrecapa, ele é de uma fluidez e leveza no conteúdo pois nos catapulta para o reino dos pensadores publicitários que enxertaram asas nas marcas, associando a elas slogans, frases impactantes, gritos poéticos e até utópicos para sintetizar a essência de um produto, de uma máquina, um perfume, um carro, um troço qualquer que possa ser vendido, ou despertar sentimentos…
Publicado pela editora Innsbruck Books, o livro mergulha em cases reais, histórias inspiradoras e análises que provocam o leitor a pensar profundamente sobre o papel das marcas e dos slogans que grudaram como chiclete na mente das pessoas, no coração das gentes…

Os nomes dos capítulos nos convida a folhear o livro: A história por trás das marcas, O DNA das marcas, Os 12 trabalhos de Washington Olivetto, Slogans que marcaram época, Nomes que ficam na cabeça… etc.
Na introdução do Brand Storm, Agostinho Turbian estabelece o tom: “Marcas são entidades vivas que carregam ideias, sentimentos e aspirações humanas. Elas têm o poder de contar histórias que nos tocam profundamente, refletindo valores que moldam nossa forma de ser e agir.” Essa visão humanizada da marca permeia todo o livro, que apresenta não apenas conceitos, mas também um mergulho no impacto emocional e social das marcas. Turbian, com formação em Administração pela Esan/FEI e mestrado em Liderança pela UNISA/Andrew University, escreve com clareza e autoridade, trazendo uma perspectiva que une conhecimento e sensibilidade.
Toni Sando, por sua vez, compartilha sua trajetória marcada pelo fascínio pelos slogans. “Cada slogan, mais do que palavras cuidadosamente selecionadas, carrega a essência de histórias vividas, experiências construídas com propósito e paixão”, escreve ele. Presidente executivo da Fundação 25 de Janeiro e da Unedestinos, Sando reforça o papel das marcas como pontes entre aspirações e realizações. Em suas memórias profissionais, destaca a influência de Fernando Taulois, publicitário que o inspirou desde os tempos de estagiário e que lhe revelou bastidores da criação de marcas icônicas como Bradesco, Antarctica e Embraer.
A obra é apresentada por José Roberto Maluf, diretor-presidente da TV Cultura, que resume a essência do tijolo: “Brand Storm – O Poder das Marcas revela que a publicidade eficaz não se limita a impulsionar vendas — ela se conecta com emoções, constrói identidade, inspira confiança e fidelidade. “É através da publicidade que empresas e consumidores se comunicam”, afirma.


Essencial, transformadora e desnecessária
Essa conexão emocional é um dos fios condutores da obra. As marcas, como deixam claro os autores, não são apenas logotipos ou slogans bem elaborados. Elas são símbolos de cultura, status, memória e pertencimento. Elas moldam comportamentos, inspiram estilos de vida, influenciam decisões — e quando bem geridas, se tornam patrimônios imateriais de valor incalculável.
Brand Storm o poder das marcas, de Agostinho e Toni trouxe à lembrança minha própria história de consumidor criança, adolescente e adulto. Me colocou frente a frente com o que me foi essencial, o que me transformou e o que me foi completamente desnecessário.
*Paulo Atzingen é jornalista e fundador do DIÁRIO DO TURISMO
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